Lembrai-vos

Lembrai-vos
Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa proteção, implorado a vossa assistência, e reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado. Animado eu, pois, de igual confiança, a Vós, Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho e, gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos Vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos rogo. Amen.

7 Apr 2008

A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS - REFORMAS EQUIVOCADAS

Ao lado da boa semente crescia também no campo de Deus a cizânia. Havia hostilidades e guerras, crimes e violências, escândalos e heresias.

Quando, no século XI, o imperador Henrique IV não só entregava, mas até vendia bispados e abadias a pessoas indignas, e o Papa corajosamente enfrentava tais abusos, começou aquela longa peleja conhecida pelo nome de investidura, de que o Papa saiu vencedor.

Levantaram-se em seguida heresias, que primeiro moveram guerra à Igreja e mais tarde à autoridade civil: na França, os albigenses; na Inglaterra, os sectários de Wiclef; na Boêmia, os hussitas.
Impelidos por zelo incansável, missionários apostólicos, como São Vicente Ferrer (+1419) e São João Capistrano, percorreram diversos países, pregando penitência aos príncipes e aos povos. O fogo da rebeldia, porém, continuava a arder debaixo das cinzas, nutrido por várias inconveniências.

Os príncipes atacaram a Igreja, apoderando-se de seus bens. Os Papas se viram forçados a residir na França (Avignon), onde viviam dependentes dos reis. Houve, em conseqüência disso, grave divergência entre os cardeais italianos e os franceses, de que resultou, depois da morte de Gregório XI, que tinha restabelecido a Santa Sé em Roma, a dualidade dos Papas: Urbano VI, legitimamente eleito e residente em Roma, e Clemente VII, que morava em Avinhão.

Entre as reformas equivocadas, a principal foi o protestantismo, nascido no século XVI (16).
Quem deu início ao movimento foi MARTINHO LUTERO (1483-1546). Embora de origem humilde, teve boa formação universitária. Segundo ele mesmo conta, fez-se monge agostiniano depois que escapou de morrer por um raio. Ordenou-se padre e doutorou-se em teologia. Foi professor da Sagrada Escritura. Profundamente marcado pelo sentimento de pecado, quase se desesperava à procura de arrependimento e de penitência.

O clero do tempo, em grande parte, era mal instruído. Os bispados, muitas vezes, eram negociados. Houve bispos (como o Cardeal d’Este, arcebispo de Milão) que nunca visitou seu bispado, apesar de ter sido bispo durante 30 anos.

Outros bispos cumulavam várias dioceses e altos cargos nas cortes. A vida religiosa nos mosteiros e conventos se tornara medíocre. Por toda parte havia um mal-estar entre o povo e um sincero desejo de reforma dos costumes. Era também o tempo das grandes descobertas (América) e a economia passava por largas mudanças. Nesse tempo, o Papa estava construindo a grandiosa basílica de São Pedro e oferecia uma indulgência plenária ( isto é, o perdão das penas dos pecados) a quem, depois de confessado, desse uma boa esmola ou uma doação para as obras. Vários bispos fizeram a mesma coisa para terem fundos e construírem as catedrais.

LUTERO, que tanto sofrera dentro de si para se ver livre do pecado e conseguir a misericórdia de Deus, viu nas indulgências um grave abuso e uma afronta a Deus. Começou a pregar contra e a discutir publicamente o assunto. Outros temas religiosos entraram em questão, e Lutero acabou sendo acusado de herege. Lutero abandonou o sacerdócio, casou-se e fez-se líder de uma nova teologia que procurava reformar a Igreja e que acabou produzindo a IGREJA PROTESTANTE. Lutero foi excomungado.

Entre outras coisas, Lutero ensinava :

- que só havia o sacerdócio universal, isto é, todos os batizados seriam sacerdotes;

- que só havia dois (02) sacramentos válidos: o BATISMO e a EUCARISTIA;

- que só a fé pode justificar alguém e não a ABSOLVIÇÃO ou a indulgência ou as boas obras ou algum mérito pessoal;

- que só a Bíblia tem autoridade e não a TRADIÇÃO DA IGREJA;

- insistia na separação entre Estado e Igreja.

Este último ponto fez com que o assunto ultrapassasse a esfera religiosa e alcançasse a política. Os príncipes, que governavam regiões, começaram a se guerrear por causa de Lutero e se apegaram a ele para negar impostos e benfeitorias às dioceses e à cúria romana.


Três outros nomes precisam ser lembrados:

ZWINGLIO (1484-1531), sacerdote suíço, que levou as idéias de Lutero ao radicalismo, negou:
- o caráter sacrificial da MISSA;
- a INTERCESSÃO dos santos;
- o purgatório;
- a possibilidade de salvação por boas obras;
- a presença EUCARÍSTICA e o valor dos religiosos.

CALVINO (1509-1564), desenvolveu sua pregação sobretudo em Genebra, na Suíça. Também era padre. Calvino ensinava:
- que todo homem está condenado e é incapaz de fazer alguma coisa por sua salvação;
- que Cristo o salva sozinho, mas salva a quem quer e condena a quem quer;
- que Deus tem seus privilegiados, e os que não o são se condenam inapelavelmente e não podem sequer se queixar de seu desgraçado destino.

HENRIQUE VIII (1509-1547), rei da Inglaterra. Porque o Papa não quis anular seu casamento, rompeu com Roma, introduziu o protestantismo na Inglaterra como religião oficial e se fez rei e papa ao mesmo tempo. A religião que daí nasceu tomou o nome de Anglicanismo (esta Igreja permiti o casamento de homossexuais).

LUTERO, ZWINGLIO e CALVINO não se entenderam. Como também não se entenderam seus sucessores. Ao longo do tempo as igrejas se esfacelaram em inúmeras seitas.

Como não têm uma autoridade central, se torna difícil uma unidade de doutrina. Hoje mais de 250 igrejas protestantes diferentes estão unidas no Conselho Mundial de Igrejas, fundado em 1948, hoje com sede em Genebra.

O Concílio Vaticano II apoiou o ECUMENISMO, que procura a aproximação das igrejas entre si, o mútuo apoio nas obras de caridade e de assistência. Procura ressaltar os pontos em comum para diminuir as divergências.

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