Lembrai-vos

Lembrai-vos
Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa proteção, implorado a vossa assistência, e reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado. Animado eu, pois, de igual confiança, a Vós, Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho e, gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos Vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos rogo. Amen.

26 Aug 2010

ENCONTRO NACIONAL “A VERDADEIRA VIDA EM DEUS” DE 12 A 15 DE NOVEMBRO DE 2010 - CURITIBA – PR

REAVIVANDO O SANGUE APOSTÓLICO COM AMOR SACRIFICIAL.




Além de momentos muito fortes de oração, adoração, meditação, e imposição de mãos pelos sacerdotes para o batismo no Espírito Santo, teremos neste “Encontro Nacional” reuniões, onde faremos avaliação de todos os trabalhos já realizados e discutiremos novos meios para uma melhor divulgação das Mensagens de Nosso Senhor Jesus Cristo. Para isto estamos convocando todos aqueles que foram tocados pelas Mensagens de Jesus e são comprometidos com esta Obra a estarem presentes. Jesus precisa de cada um de nós.

Que neste encontro possamos renovar nosso vigor e compromisso com o Senhor de trabalhar para Ele, levando outros a conhecer também a Sua Mensagem de Amor. Jesus diz “...permiti-Me que inflame o vosso coração, para que também vós, por vosso lado, possais inflamar outros corações. Vinde a Mim, imperfeitos como sois, a partilhar o Meu Grande Amor. O vosso amor não deverá ser apenas de palavras ou de simples discursos, mas algo de real e ativo”. (29.11.89)


Já confirmaram presença:

Dom Jeremias (Arcebispo Ortodoxo de Curitiba); Mons. Juca de Joinville; Pe. Geraldo Simeão de Minas Gerais; Pe. Luilton Pouso de Goiânia; Pe. Paulo de Florianópolis.

Custo: R$ 289,00 (incluso: alimentação, hospedagem, roupa de cama e banho). Este valor poderá ser parcelado em duas vezes. Sendo que a última deverá ser até 30 de setembro.

Data da Chegada: sexta-feira, 12 de Novembro, a partir das 15:00 h.

Santa Missa as 21 horas.

Data da Saída: segunda-feira, 15 de Novembro, após o almoço.

Endereço: Casa de Retiros Mossunguê

Rua Francisco Juglair, 171 - Mossunguê, Curitiba / PR - Telefone(s): (41) 3279-1078

Inscrições e informações de depósito com a Cida de Joinville, pelo fone/fax: (47) 3455-4039 ou

e-mail: ma.cidagarcia@gmail.com

CONTA PARA DEPÓSITO

Banco do Brasil – agência: 1489-3 (Baln. Camboriú SC) – conta: 31.644-X –

CNPJ: 00.340.946/0001-05 - Titular: Associação A Verdadeira Vida em Deus.



FICHA DE INSCRIÇÃO

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Com quem gostaria de compartilhar o quarto?



Unidos no Coração de Jesus, venceremos.

A coordenação

23 Aug 2010

O grito lancinante de uma alma

À Guisa de Prefácio


Com os homens, Deus se comunica por muitos modos. Além de ser a própria Sagrada Escritura a Carta Magna de Deus aos homens, escrita e transmitida por homens autorizados, narra ela muitas comunicações divinas feitas por visões, inclusive sonhos. Deus continua a prevenir, ainda, por sonhos. É que sonhos não são sempre meros sonhos sem base.

A Carta do Além transcrita abaixo conta a história da condenação eterna de uma jovem. À primeira vista parece uma história bastante romanceada. Bem consideradas, porém, as circunstâncias, chega-se à conclusão de que ela não deixa de ter o seu fundo histórico, como base do seu sentido moral e do seu alcance transcendental.

O sonho de Dom Bosco - O CÉU

A noite de 22 de dezembro [de 1876] ficou memorável no Oratório. Foi um pouco antecipada a hora da oração. Reuniram-se no locutório os estudantes, os artesãos e todas as pessoas da casa. Dom Bosco tinha prometido falar no domingo anterior, mas não pudera fazê-lo. Imagine-se a expectativa geral! Subiu à cátedra, saudado por palmas entusiásticas, como acontecia sempre que dava daquele modo a "boa noite" à comunidade inteira. Fez sinal de que ia falar e imediatamente fez-se completo silêncio.
Na noite em que estive em Lanzo, chegada a hora de repousar, aconteceu-me que tive o seguinte sonho. É um sonho que não tem nenhuma relação com outros sonhos...

São coisas muito estranhas. Mas para meus filhos não tenho segredos; abro-lhes inteiramente o coração. Pensai o que quiserdes desse sonho. Como diz São Paulo, quod bonum est tenete [conservai o que é bom], se alguma coisa encontrais nele que seja de proveito para vossa alma, sabei aproveitar-vos dela. Quem não quiser crer, que não me creia, pouco importa; mas ninguém jamais zombe das coisas que vou dizer.

Peço-vos, ainda, que não o conteis nem o comuniqueis por escrito aos que não são da casa. Aos sonhos pode-se dar importância que sonhos merecem, e os que não conhecem nossa intimidade poderiam formar juízos errôneos, vendo as coisas de modo diferente do que são na realidade. Não sabem eles que sois meus filhos, e que sempre vos digo tudo o que sei, e às vezes até mesmo o que não sei (risos gerais). Mas o que um pai manifesta a seus filhos queridos para o bem deles, deve ficar entre o pai e os filhos, e não passar adiante. E ainda por outro motivo: é que em geral, quando se contam essas coisas fora, ou se desfiguram os fatos ou se conta apenas uma parte deles, e esta mesma mal entendida; de onde nasce dano, pois o mundo desprezaria o que não deve ser desprezado.

Deveis saber que ordinariamente os sonhos se têm dormindo. Ora, na noite de 6 de dezembro, enquanto eu estava no meu quarto, não recordo bem se lendo, ou se dando voltas pelo aposento, ou se me havia já deitado,comecei a sonhar.

Logo me pareceu estar sobre uma elevação de terreno, ou colina, à beira de uma imensa planície cujos confins a vista não alcançava, pois se perdiam na imensidão; era toda azulada como o mar calmo, embora o que eu visse não fosse água; parecia um cristal límpido e luminoso. Sob meus pés, por trás de mim e dos lados via uma região à maneira de um litoral à margem do oceano.

Largos e gigantescos caminhos dividiam aquela planície em vastíssimos jardins de indescritível beleza, todos repartidos em bosquezinhos, prados e canteiros de flores, de formas e cores variadas. Nenhuma das nossas plantas pode nos dar idéia daquelas, embora tenham com elas alguma semelhança. As ervas, as flores, as árvores, as frutas, eram vistosíssimas e de belíssimo aspecto. As folhas eram de ouro; os troncos e ramos, de diamante, correspondendo todo o resto a essa riqueza. Seria impossível contar as diferentes espécies; e cada espécie e cada indivíduo resplandecia com uma luz própria.

No meio daqueles jardins e em toda a extensão da planície eu contemplava incontáveis edifícios de ordem, beleza, harmonia, magnificência e proporções tão extraordinárias, que para a construção de um só deles me parecia não seriam suficientes todos os tesouros da terra.

Eu dizia para mim mesmo: "Se meus meninos tivessem uma destas casas, como gozariam, que felizes seriam e com quanto gosto viveriam nela!" Isto pensava eu vendo externamente os palácios. Qual não deveria ser sua magnificência interior!

Enquanto contemplava extasiado tão estupendas maravilhas que adornavam aqueles jardins, eis que chega a meus ouvidos uma música dulcíssima, de tão agradável e suave harmonia que nem posso dela dar-vos adequada idéia. As músicas do Padre Cagliero e de Dogliani nada têm de musical se comparadas àquela! Eram cem mil instrumentos, produzindo cada qual um som diverso do outro, enquanto todos os sons possíveis difundiam pelos ares suas ondas sonoras. A estes, somavam-se os coros de cantores.

Vi então uma multidão de pessoas que se encontrava naqueles jardins e se regozijava alegre e contente. Uns tocavam, outros cantavam. Cada voz, cada nota, produzia efeito de mil instrumentos reunidos, todos diferentes uns dos outros. Ao mesmo tempo ouviam-se os diversos graus da escala harmônica, desde os mais baixos até os mais agudos que se possam imaginar, mas todos em perfeita harmonia. Ah! para descrever-vos tal harmonia não bastam comparações humanas.

Via-se, pelo rosto dos felizes habitantes do jardim, que os cantores não só experimentavam extraordinário prazer em cantar, mas ao mesmo tempo sentiam imenso gozo em ouvir cantar os demais. Quanto mais um cantava, mais se lhe acendia o desejo de cantar, e quanto mais ouvia, mais desejava ouvir.

Era isto o que cantavam:

Salus, honor; gloria Deo Patri omnipotenti!.., Auctor saeculi, qui erat, qui est, qui venturus est iudicare vivos et mortuos in saecula saeculorum [Saudação, honra e glória a Deus Pai onipotente! Autor do século, que era, que é e que virá a julgar os vivos e os mortos para todos os séculos dos séculos].

Enquanto ouvia atônito essa celestial harmonia, vi aparecer uma imensa multidão de jovens, muitos dos quais eu conhecia, pois tinham estado no Oratório e nos outros nossos colégios; mas me era desconhecida a maior parte. A multidão interminável se dirigia a mim. À sua frente vinha Domingos Sávio, e logo atrás dele vinham Padre Alasonatti, Padre Chiala, Padre Giulitto e muitos sacerdotes e clérigos, cada um deles conduzindo uma seção de jovens.

Eu me perguntava a mim mesmo:"Estou dormindo ou estou acordado?" Batia as mãos uma na outra e me tocava no peito, para certificar-me de que era realidade o que via.

Chegada diante de mim toda aquela multidão, parou à distância de oito ou dez passos. Brilhou então um relâmpago de luz mais viva; cessou a música e fez-se um silêncio profundo. Todos os jovens estavam tomados pela maior alegria, que lhes transparecia no olhar, e em seus rostos se via a paz de uma felicidade perfeita. Olhavam-me com um suave sorriso nos lábios e parecia que desejavam falar, mas não falavam.

Adiantou-se Domingos Sávio só, alguns passos, e ficou tão próximo a mim que se eu tivesse estendido a mão certamente o teria tocado. Calava-se e me olhava sorrindo. Que belo estava! Suas vestes eram realmente singulares. Caía-lhe até os pés uma túnica alvíssinia, coberta de diamantes e toda bordada de ouro. Cingia-lhe a cintura uma ampla faixa vermelha recamada com tantas pe dras preciosas que uma quase tocava a outra; e se entrelaçavam em desenho tão maravilhoso, apresentando tanta beleza de cores, que eu, ao vê-lo, me sentia fora de mim pela admiração. Pendia-lhe do pescoço um colar de flores raras, mas não naturais; parecia como se as pétalas fossem de diamantes unidos entre si sobre hastes de ouro; e assim era tudo o mais. Essas flores refulgiam com luz sobre-humana mais viva que a do sol, que naquele instante brilhava com todo o esplendor de uma manhã de primavera. Elas refletiam seus raios sobre o rosto cândido e corado de modo indescritível, dando-lhe uma luz de modo tão singular que nem se distinguiam bem suas várias espécies. A cabeça, tinha-a cingida com uma coroa de rosas; os cabelos caíam-lhe sobre os ombros em ondulantes cachos, dando-lhe um ar tão pulcro, tão afetuoso, tão encantador, que parecia... parecia... um Anjo!

Ao pronunciar estas últimas palavras, parecia que Dom Bosco estava fazendo grande esforço para encontrar as expressões adequadas; e o fez com um gesto indescritível e um tom de voz que comoveu a todos; pareceu ter-se cansado nesse esforço para encontrar os termos que exprimissem inteiramente sua idéia. Após breve pausa, prosseguiu:

Também resplandeciam de luz todos os outros que o acompanhavam. Vestiam-se de modos diversos, mas sempre maravilhosos; uns mais, outros menos ricos; uns de uma, outros de outra forma; num, dominava determinada cor; noutro, dominava outra; e cada uma das vestes tinha um significado que ninguém saberia compreender. Mas todos tinham na cintura uma faixa vermelha.

Eu continuava a observar e pensava: Que significará isso? Como vim parar neste local?... E não sabia onde me encontrava. Fora de mim, temeroso pela reverência que tudo aquilo me inspirava, não me atrevia a dizer nada. Também os outros continuavam silenciosos. Por fim, Domingos Sávio abriu a boca.

- Por que estás aí mudo e como que aniquilado? Não és mais aquele homem que de nada tinhas medo, que enfrentavas intrépido as calúnias, as perseguições, os inimigos, as angústias e os perigos de toda espécie? Onde está tua coragem? Por que não falas?

A duras penas respondi, quase balbuciando:

- Não sei o que dizer... Mas, não és tu Domingos Sávio?

- Sim, sou; já não me reconheces?

- E como te encontras aqui? – acrescentei, sempre confuso.

Sávio então respondeu com afeto:

- Vim aqui para falar-te. Tantas vezes nos falamos na Terra! Não recordas quanto me amavas, quantas provas de amizade e quantas demonstrações de benevolência me deste? E eu por acaso não correspondi a teus desvelos? Como era grande minha confiança em ti! Por que, então, tremes? Coragem! pergunta-me alguma coisa.

Recobrando então ânimo, lhe disse:

- Tremo, porque não sei onde me encontro.

- Estás no local da felicidade – respondeu Sávio – onde se gozam todas as alegrias, todas as delícias.

- É este, pois, o prêmio dos justos?

- Não, por certo. Aqui não se gozam os bens eternos, mas só, ainda que em medida grande, os temporais.

- Mas então são naturais todas essas coisas?

- Sim, se bem que embelezadas pelo poder de Deus.

- E a mim, que me parecia que isto era o Paraíso! – exclamei.

- Não, não, não! – respondeu Sávio. Nenhum olho mortal pode ver as belezas eternas.

- E essas músicas – prossegui perguntando – são as harmonias de que gozais no Paraíso?

- Não, não, já te disse que não!

- São sons naturais?

- Sim, são sons naturais, aperfeiçoados pela onipotência de Deus.

- E esta luz que sobrepuja a luz do sol, é luz sobre natural? É a luz do Paraíso?

- É luz natural, embora avivada e aperfeiçoada pela onipotência divina.

- E não se poderia ver um pouco de luz sobrenatural?

- Ninguém pode vê-la enquanto não chegue a ver a Deus sicut est [como Ele é]. O menor raio dessa luz tira na no mesmo instante a vida de um homem, porque não é suportável pelas forças humanas.

- E poderia haver uma luz natural ainda mais bela do que esta?

- Se soubesses! Se visses somente um raio de luz natural elevada a um grau superior a este, ficarias fora de ti.

- E não se pode ver ao menos um raio dessa luz de que falas?

- Sim, podes vê-lo; terás a prova do que te digo; abre os olhos.

Já os tenho abertos – respondi.

- Olha bem no fundo desse mar de cristal.

Levantei a vista, e apareceu de repente no céu, a uma distância imensa, uma instantânea centelha de luz, sutilíssima como um fio, mas tão brilhante, tão penetrante, que meus olhos não puderam resistir. Fechei-os e lancei um grito tão forte que despertou o Padre Lemoyne (aqui presente), que dormia num quarto próximo. Assustado, ele me perguntou na manhã seguinte o que me acontecera de noite, para estar assim tão agitado. Aquele fiozinho de luz era cem milhões de vezes mais claro que o sol, e seu fulgor bastaria para iluminar todo o universo criado.

Após alguns instantes, consegui abrir os olhos e perguntei a Domingos Sávio:

- E isso que vi, será talvez um raio divino?

Sávio respondeu:

- Não é luz sobrenatural, se bem que, comparada com a terrestre, seja tão superior em brilho. Não é senão luz natural, assim avivada pelo poder de Deus. E ainda que imaginasses uma imensa zona de luz semelhante à centelhazinha que viste lá no fundo rodeando todo o mundo, nem por isso formarias para ti uma idéia dos esplendores do Paraíso.

- E vós, de que gozais, pois, no Paraíso?

- Ah! É impossível dizer-te. O que se goza no Paraíso nenhum homem mortal pode sabê-lo enquanto não deixar esta vida e se reunir a seu Criador. Basta dizer que se goza ao próprio Deus.

Entretanto, eu já me recobrara plenamente de meu primeiro aturdimento, e contemplava absorto a beleza de Domingos Sávio, e com franqueza lhe perguntei:

- Por que tens essa veste tão alva e deslumbrante? Calou-se Sávio, sem dar mostras de querer responder. Mas o coro retomou então suas harmonias e cantou, acompanhado de todos os instrumentos:

Ipsi habuerunt lumbos praecinctos et dealbaverunt stolas suas in san guine Agni [Eles tiveram os rins cingidos e purificaram suas vestes no sangue do Cordeiro].

- E por que – voltei a perguntar quando cessou o canto – essa faixa vermelha na tua cintura?

Tampouco desta vez Sávio respondeu, mas antes fez sinal de que não queria fazê-lo. Então, o Padre Alasonatti em solo se pôs a cantar:

Virgines enim sunt, et sequuntur Agnum quocumque ierit [São virgens e seguirão o Cordeiro aonde quer que vá].

Compreendi então que a faixa encarnada, cor de sangue, era símbolo dos grandes sacrifícios feitos, dos violentos esforços e do quase martírio sofrido para conservar a virtude da pureza; e que, para manter-se casto na presença do Senhor, ele teria estado pronto a dar a vida se as circunstâncias o houvessem requerido; e que também era símbolo das penitências, que limpam a alma da culpa. A brancura e o esplendor da túnica significavam a inocência batismal conservada.

Mas eu, atraído pelos cantos e contemplando todas aquelas falanges de jovens celestiais ordenados atrás de Domingos Sávio, lhe perguntei:

Fonte: Cot.org.br

- E quem são estes que te rodeiam?



E, dirigindo-me aos demais, lhes disse:



- Como é que estais todos tão refulgentes?



Sávio continuou calado, e todos os jovens se puseram a cantar:



Hi sunt sicut Angeli Dei in caelo [Estes são como Anjos de Deus no Céu].



Notava entretanto que Sávio parecia ter preeminência sobre aquela multidão, que a respeitosa distância se encontrava, uns dez passos atrás dele; e então lhe disse:



- Diz-me, Sávio: sendo tu o mais jovem entre os muitos que te seguem e dos que morreram em nossas casas, por que vais tu assim adiante deles e os precedes? Por que és tu que falas e eles se calam?



- Eu sou o mais velho de todos.



- Não, muitos outros te superam em anos.



- Eu sou o mais antigo do Oratório – repetiu Domingos Sávio – porque fui o primeiro a deixar o mundo e ir à outra vida. Além disso, legatione Dei fungor [ pro mandado de Deus].



Essa resposta me indicava o motivo da visão. Ele era embaixador de Deus.



- Então – lhe disse – falemos do que neste instante mais nos importa.



- Sim, e pergunta-me logo o que ainda desejas saber. As horas passam, e poderia acabar o tempo que me foi concedido para falar-te; e já não mais me poderias ver.



- Ao que parece, tens algum assunto de suma importância para me comunicares.



- Que irei dizer-te eu, miserável criatura? – disse Sávio com profunda humildade. – Recebi do alto a missão de te falar, e por isso vim.



- Então – exclamei – fala-me do passado, do presente e do futuro de nosso Oratório. Fala alguma coisa de meus queridos filhos, fala de minha Congregação.



- A respeito desta, muito teria que te comunicar.



- Revela, pois, o que sabes: fala-me do passado.



- O passado recai todo sobre ti.



- Terei feito alguma das minhas... [faltas]?



- Quanto ao passado, digo-te que tua Congregação já fez muito bem. Vês lá abaixo aquele número interminável de jovens?



- Vejo-os – respondi. – Como são numerosos! E como parecem felizes!



- Pois olha o que está escrito na entrada do jardim.



- Está escrito Jardim Salesiano.



- Pois bem – prosseguiu Sávio – todos eles foram salesianos, ou foram educados por ti, ou contigo tiveram alguma relação, foram salvos por ti ou por teus sacerdotes e clérigos, ou por outros que encaminhaste pela via de sua vocação. Conta-os, se fores capaz. Seu número, porém, seria cem milhões de vezes maior se maiores tivessem sido tua fé e tua confiança no Senhor.



Lancei um suspiro, sem saber o que responder a tal reprimenda, mas disse de mim para comigo: daqui para a frente procurarei ter essa fé e essa confiança. Depois, perguntei:



- E o presente?



Sávio me apresentou um magnífico ramalhete que tinha nas mãos. Nele havia rosas, violetas, girassóis, gencianas, lírios, sempre-vivas e, entre as flores, espigas de trigo. Ofereceu-mo e disse:



- Observa!



- Vejo, mas nada entendo – respondi.



- Dá este ramalhete a teus filhos para que possam oferecê-lo ao Senhor quando chegar o momento; procura que todos o tenham; a ninguém lhe falte nem o deixe tirar. Podes estar certo de que com ele terão o suficiente para ser felizes.



- Mas, que significa esse ramalhete de flores?



- Consulta a Teologia; ela te dirá e te dará a explicação.



- A Teologia, estudei-a eu, mas não saberia como tirar dela o significado do que me apresentas.



- Pois tens estrita obrigação de saber tudo isso.



- Vamos, tira-me da minha ansiedade, explica-me tu!



- Vês estas flores? Representam as virtudes que mais agradam ao Senhor.



- Quais são?



- A rosa é símbolo da caridade; a violeta, da humildade; o girassol, da obediência; a genciana, da penitência e da mortificação; as espigas, da comunhão freqüente; o lírio indica a bela virtude da qual está escrito: Erunt sicut Angeli Dei in caelo, a castidade. E a sempre-viva significa que todas essas virtudes devem durar sempre, ela simboliza a perseverança.



- Ora bem, meu caro Sávio: tu, que durante toda a tua vida praticaste todas essas virtudes, diz-me: o que foi que mais te consolou na hora da morte?



- Que te parece que possa ser? – respondeu Sávio.



- Foi talvez ter conservado a bela virtude da pureza?



- Não; não é só isso.



- Alegrou-te talvez teres a consciência tranqüila?



- Isso é bom, porém não é o melhor.



- Por acaso teu consolo terá sido a esperança do Paraíso?



- Também não.



- Pois então! O haver entesourado muitas boas obras?



- Não, não!



- Então, qual foi teu consolo na última hora? – perguntei, entre confuso e suplicante, vendo que não conseguia adivinhar seu pensamento.



- O que mais me confortou no transe da morte foi a assistência da poderosa e amável Mãe do Salvador. Diz isto a teus filhos: que não se esqueçam de invocá-La em quanto estão em vida. Mas, se queres que possa responder-te mais algo, apressa-te!



- Quanto ao futuro, que me dizes?



- Com respeito ao futuro, no próximo ano de 1877 terás que sofrer uma grande dor; seis mais dois dos que te são mais caros serão chamados por Deus à eternidade. Mas consola-te, pois serão transplantados do campo do mundo para os jardins do Paraíso. Serão coroados. Não temas, O Senhor te ajudará e te mandará outros filhos igualmente bons.



- Paciência! E no que se refere à Congregação?



- No tocante à Congregação, fica sabendo que Deus te prepara grandes acontecimentos. No ano próximo surgirá para ela uma aurora de glória tão esplêndida, que iluminará como um relâmpago os quatro cantos do mundo; do oriente ao poente, do sul ao norte. Grande glória lhe está preparada. Tu deves zelar para que o carro no qual vai o Senhor não seja afastado pelos teus fora de suas guias e de seus caminhos. Se teus sacerdotes o souberem bem conduzir e se forem dignos da alta missão que lhes foi confiada, esplêndido será o futuro, e infinitas serão as pessoas que salvarão. Mas com uma condição: que teus filhos sejam devotos da Santíssima Virgem e saibam, todos os que vivam em tua casa, conservar a virtude da castidade, tão agradável aos olhos de Deus.



- Queria agora que me falasses algo sobre a Igreja em geral.



- Os destinos da Igreja estão nas mãos de Deus Criador. O que Ele determinou em seus infinitos decretos não te posso revelar. Tais arcanos reserva-os Ele exclusivamente para Si, e deles não participa nenhum dos espíritos criados.



- E sobre Pio IX?



- O que posso dizer-te é que o Pastor da Igreja não terá que sustentar ainda longos combates nesta terra. Poucas são as batalhas que ainda lhe resta vencer. Dentro de pouco será arrebatado de seu trono e o Senhor lhe dará a merecida recompensa. O resto já é bem sabido. A Igreja não perece... Tens ainda algo que perguntar?



E quanto a mim? – lhe disse.



Oh! se soubesses por quantas vicissitudes terás ainda que passar!... Mas apressa-te, porque muito pouco tempo me resta para falar contigo.



Estendi então com ardor as mãos para segurar aquele santo filho; mas suas mãos pareciam aéreas e nada pude tocar.



Que loucura! Que estás fazendo? – me disse Sávio sorrindo.



Temo que te vás – exclamei —. Mas, não estás aqui com teu corpo?



Com o corpo, não. Recuperá-lo-ei no último dia.



Mas, que são, então, esses traços que me fazem ver em ti a figura de Domingos Sávio?



Quando por permissão divina uma alma separada do corpo aparece diante de algum mortal, apresenta-se com a forma exterior do corpo que em vida animou, com todas as suas feições exteriores, embora muito embelezadas, e assim as conserva até que volte a unir-se a ele, no dia do Juízo Universal. Então o levará consigo para o Paraíso. É por isso que te parece que tenho mãos, pés e cabeça; mas tu não podes segurar-me porque sou puro espírito. Esta é só uma forma exterior pela qual me podes conhecer.



Compreendo – respondi – mas escuta. Ainda uma pergunta? meus jovens estão todos no reto caminho da salvação? Diz-me alguma coisa para que possa bem dirigi-los.



Os filhos que a Divina Providência te confiou podem ser divididos em três categorias. Vês estas três listas? Olha-as!



E me estendia uma.



Olhei a primeira; encabeçava-a a palavra invuinerati [ilesos], e continha o nome daqueles aos quais o demônio não pôde ferir, e que não mancharam a inocência com culpa alguma. Eram em grande número esses sadios, e os vi todos. A muitos já conhecia, outros era a primeira vez que via, e certamente virão ao Oratório nos anos futuros. Caminhavam direitos por um caminho estreito, apesar de serem alvo de flechas, espadagadas e lançaços que por todos os lados choviam sobre eles. Essas armas formavam como que uma sebe ao longo das duas bordas do caminho, e os combatiam e molestavam sem entre tanto feri-los.



Então Sávio me deu a segunda lista, cujo título era Vulnerati [feridos], ou seja, os que haviam estado na desgraça de Deus mas, uma vez postos em pé, haviam curado suas feridas arrependendo-se e confessando-se. Eram em maior número que os primeiros, e haviam sido feridos no sendeiro da vida pelos inimigos que os flanqueavam durante sua viagem. Li a lista e vi todos. Muitos iam curvados e desanimados.



Sávio tinha ainda na mão a terceira lista. Encabeçava-a a epígrafe: Lassati in via iniquitatis [caídos na via da iniqüidade]. Nela estavam escritos os nomes dos que estavam na desgraça de Deus. Eu estava impaciente para conhecer o segredo, pelo que estendi a mão. Mas Sávio me disse com vivacidade:



Não, espera um momento e ouve. Se abrires essa folha, dela sairá um tal mau cheiro que nem tu nem eu poderemos suportar. Os Anjos têm que se retirar com asco e horror, e o próprio Espírito Santo sente repugnância pela horrível hediondez do pecado.



Mas como pode ser isso – observei – se Deus e os Anjos são impassíveis? Como podem sentir o mau cheiro da matéria?



Quanto melhores e mais puras são as criaturas, tanto mais se acercam aos espíritos celestiais; pelo contrário, quanto pior, mais desonesto e torpe é alguém, tanto mais se afasta de Deus e dos Anjos, os quais, por sua vez, se afastam dele, que se converteu num objeto de náusea e repugnância.



Passou-me então a terceira lista.



Toma-a – disse – abre-a e aproveita-te dela para o bem de teus jovens; mas não te esqueças do ramalhete que te dei; que todos o tenham e conservem.



Isto dito, e depois de entregar-me a lista, retirou-se apressadamente, em meio de seus companheiros, quase como se estivesse fugindo de algo.



Abri então a lista; não vi nenhum nome, mas no mesmo instante me foram apresentados de chofre todos os indivíduos nela escritos, como se na realidade eu visse suas pessoas. Com quanta tristeza os contemplei a todos! A maior parte eu conhecia e pertencem ao Oratório e aos outros colégios. Vi muitos que parecem bons, que parecem até os melhores dentre os companheiros, e sem embargo não o são!



Mas, no ato de abrir a folha, espalhou-se em redor um mau cheiro tão insuportável, que imediatamente me vi assaltado por terrível dor de cabeça e por tais ânsias de vômito que me parecia estar morrendo. Obscureceu-se entretanto o ar, e nisso desapareceu a visão, nada mais eu vendo do maravilhoso espetáculo. Ao mesmo tempo ziguezagueou um raio e ressoou um trovão no espaço, tão forte e terrível que acordei sobressaltado.



O mau odor penetrou nas paredes e infiltrou-se em minhas vestes de tal forma que, muitos dias depois, ainda me parecia sentir a pestilência. De tal modo é fétido ante os olhos de Deus até mesmo o nome do pecador! Agora mesmo, só de recordar aquele mau odor me vêm calafrios, sinto-me sufocado e se me revolve o estômago.



Em Lanzo, onde me achava, comecei a interrogar de cá e de lá alguns rapazes, e pude certificar-me de que o sonho não me havia enganado. É, pois, uma graça do Senhor, que me deu a conhecer o estado de alma de cada um de vós; mas disso nada direi em público. Muitas outras explicações ainda haveria que dar, mas reservo-as para uma outra noite. Por ora, só me resta desejar-vos uma boa noite.



O fato de, no sonho, ter visto como maus certos jovens que eram geralmente considerados os melhores da casa, fez com que Dom Bosco de início suspeitasse ter sido apenas uma ilusão. Foi por isso que, prudente mente, começou chamando alguns para uma conversa particular; queria certificar-se bem da natureza do sonho. Por esse mesmo motivo, não se apressou a narrar logo o sonho, mas esperou uns 15 dias. Só falou quando se sentiu bem seguro de que a coisa provinha mesmo do Alto.



O tempo ainda haveria de lhe trazer outras confirmações das profecias ouvidas.



A primeira delas, e a mais importante, dizia respeito ao número de seus filhos que morreriam no ano de 1877, discriminados em dois grupos: seis mais dois. Ora, naquele ano efetivamente os registros do Oratório assinalaram com a costumeira cruz, sinal de falecimento, os nomes de seis meninos e dois clérigos.



A segunda profecia anunciava para a Sociedade Salesiana, em 1877, uma aurora tão esplêndida que faria luz sobre os quatro Cantos do mundo. Com efeito, naquele ano fizeram entrada, no panorama da Igreja, a associação dos Cooperadores Salesianos e o Boletim Salesiano. Eram duas instituições que haveriam de levar até os confins da Terra o conhecimento e a prática do espírito de Dom Bosco.



A terceira profecia dizia respeito ao final não distante da vida de Pio IX. Este efetivamente deixou de viver catorze meses decorridos do sonho.



A última profecia foi amarga para Dom Bosco: "Oh! se soubesses por quantas vicissitudes terás ainda que passar!" Realmente, nos onze anos e dois meses que ainda durou sua vida, lutas, fadigas e sacrifícios não lhe deram trégua até o último momento.



A delegacia de polícia de Borgo Dora era, quando do sonho, regida por um senhor que tinha diversos conhecidos no Oratório. Tendo ouvido narrar o sonho, ficou muito impressionado com a previsão das oito mortes. Durante todo o ano de 1877 observou com atenção se a previsão realmente se cumpria. Quando soube que no último dia do ano se realizara o oitavo óbito, resolveu abandonar o mundo, fez-se salesiano e trabalhou muito, na Itália e também na América. Foi o Padre Angelo Piccono, cujo nome permanece ainda na memória de muitos.

VISÃO DO INFERNO - O Sonho de Dom Bosco

Leia a visão do inferno que Dom Bosco teve num de seus sonhos:


Um anjo do Senhor foi enviado para ajudá-lo nesta horrível experiência em que ele conta:

"De repente, sem saber como, aparece diante de mim uma estrada. Rompi então o silêncio, perguntando a meu guia:
- Aonde vamos agora? - Por aqui - respondeu-me.

E nos encaminhamos por aquela estrada. Era bonita, larga, espaçosa e bem pavimentada.

[O caminho dos pecadores é muito bem pavimentado, mas no final ele estão o inferno, as trevas e os castigos.( Eclo 21,1l)]

O caminho baixava sempre. Continuávamos nosso trajeto por entre flores e rosas, quando, pelo mesmo caminho,

vi os meninos do Oratório, juntamente com muitíssimos outros companheiros que eu jamais vira antes, caminhando

atrás de mim. E encontrei-me no meio deles. Enquanto os observava, de repente vejo que ora um, ora outro, caíam, e em seguida eram arrastados por uma força invisível rumo a uma horrível encosta que se entrevia à distância, a qual depois vi que ia dar numa fornalha. Perguntei a meu companheiro:

- Que é que faz cair esses jovens?

[Estenderam cordas à maneira de rede; junto do caminho puseram tropeços. ( salmo 139)]

Aproxima-te um pouco mais - respondeu. Aproximei-me e vi que os meninos passavam entre muitos laços, alguns postos à altura do chão, outros à altura da cabeça; estes últimos não se viam. Dessa forma, muitos jovens, enquanto caminhavam sem dar-se conta do perigo, eram colhidos pelos laços; no momento de ser colhidos davam um salto, depois caíam no solo com as pernas para o ar e, levantando-se, se punham em desabalada corrida para o abismo. Um era agarrado pela cabeça, outro pelo pescoço, outro pelas mãos, por um braço, por uma perna, pela cintura, e imediatamente eram arrastados.

- Os laços estendidos pela terra, que mal se podiam ver, eram parecidos com estopa. Lembravam uns fios

de aranha, e não pareciam muito nocivos. Sem embargo, vi que também os jovens colhidos por tais laços caíam quase todos por terra.

Eu estava espantado. E o guia me disse:

- Sabes o que é isso?

- Um pouco de estopa, não mais do que isso - respondi.

- Menos ainda do que isso; é quase nada - acrescentou. É apenas o respeito humano.

Vendo, entretanto, que muitos continuavam a se enredar nesses laços, perguntei:

- Mas como é que tantos ficam atados por meio desses fios? Quem é que os arrasta desse modo?

- Aproxima-te mais, olha e verás. Olhei um pouco e disse: - Não estou vendo nada.

- Olha um pouco melhor - repetiu.

Segurei então um dos laços, puxei-o para mim e notei que sua ponta não aparecia; puxei um pouco mais, mas não conseguia ver onde terminava aquele fio; pelo contrário, notei que também a mim ele me arrastava. Segui então o fio e cheguei à boca de uma espantosa caverna. Parei, porque não queria entrar naquela voragem; puxei para mim o fio e percebi que ele cedia um pouquinho. Mas era necessário fazer muita força. Depois de muito puxar, pouco a pouco foi saindo da caverna um feio e grande monstro que causava repugnância e segurava fortemente um cabo ao qual estavam atados todos os laços. Era ele que, mal caía alguém na rede, imediatamente o puxava para si.

- É inútil - pensei comigo - competir em força com este monstro medonho, porque não sou capaz de vencê-lo; o melhor é combatê-lo com o sinal da Santa Cruz e com jaculatórias.

Voltei, pois, para junto do meu guia, e ele me disse:

- Já sabes agora o que é?

- Sim! Já sei, é o demônio que estende esses laços para fazer meus jovens caírem no Inferno.

Observei então com atenção os muitos laços e vi que cada um deles levava escrito seu próprio título: laço da soberba, da desobediência, da inveja, da impureza, do roubo, da gula, da preguiça, da ira etc.

Feito isso, coloquei-me um pouco atrás para observar quais daqueles laços colhiam maior número de jovens. Eram os da impureza, da desobediência e do orgulho. A este último estavam atados os outros dois. Além desses vi muitos outros laços que faziam grande estrago, mas não tanto como os primeiros. Sem parar de observar, vi que muitos jovens corriam mais precipitadamente que outros, e perguntei: - Por quê essa velocidade?

- Porque - foi-me respondido - são arrastados pelos laços do respeito humano.

Olhando ainda mais atentamente, vi que por entre os laços havia muitas facas espalhadas, ali colocadas por mão providencial, e serviam para cortá-los e rompê-los. A faca maior era contra o laço do orgulho, e representava a meditação. Outra faca também grande, mas um pouco menor, significava a leitura espiritual bem feita. Havia também duas espadas. Uma delas indicava a devoção ao Santíssimo Sacramento, especialmente com a Comunhão freqüente; a outra, a devoção a Nossa Senhora. Havia também um martelo: a confissão. Havia outras facas, símbolos das várias devoções: a São José, a São Luís de Gonzaga etc. etc. Com essas armas não poucos rompiam os laços quando eram presos, ou se defendiam para não serem atados. Vi, com efeito, jovens que passavam entre os laços sem nunca serem colhidos: ou passavam antes que o laço caísse, ou sabiam esquivar-se e o laço escorregava sobre seus ombros, sobre as costas, de um lado ou de outro, sem contudo poder aprisioná-los.

Quando o guia se deu conta de que eu havia observado tudo, fez-me continuar o caminho bordado de rosas que, à medida que avançávamos, iam-se tornando mais raras, ao passo que começavam a se fazer notar enormes espinhos.

Chegamos a um ponto em que, por mais que olhasse, já não encontrava rosa alguma, e no final as sebes se haviam tornado só de espinhos, desfolhadas e secas pelo sol. Das moitas dispersas e ressecadas partiam galhos que serpenteavam pelo solo e impediam o caminho, semeando-o com espinhos de tal maneira que só com grande dificuldade se podia andar.

Havíamos chegado a uma baixada cujas ribanceiras ocultavam as demais regiões vizinhas; o caminho, sempre em declive, se tornava cada vez mais horrível, sem pavimentação, cheio de buracos, degraus, pedras e rochas arredondadas.

O caminho se tornava cada vez mais espantoso e intransitável, de modo que mal podia manter-me em pé.

Eis que no fundo desse precipício, que terminava num vale sombrio, apareceu um imenso edifício que exibia, diante de nosso caminho, uma porta altíssima, fechada. Chegamos ao fundo do precipício. Um calor sufocante me oprimia e uma densa fumaça esverdeada se elevava em torno das muralhas, marcadas por chamas cor de sangue. Levantei os olhos para ver a altura dos muros; eram mais altos que uma montanha. Perguntei ao guia: - Onde é que nos encontramos? Que é isso?

- Lê naquela porta - respondeu -; pela inscrição saberás onde estamos.

Olhei e vi escrito na porta: [onde não há redenção]. Dei-me conta de que estávamos na porta do Inferno.

O guia me levou a fazer o contorno das muralhas daquela horrível cidade. De espaço a espaço, a distância regular, via-se uma porta de bronze como a primeira, também no ponto final de uma espantosa vertente, e todas tinham uma inscrição latina distinta das anteriores.

[Afastai-vos, malditos, ide para o fogo eterno que está preparado para o diabo e seus anjos... Toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo].

Apanhei um lápis para copiar as inscrições; mas o guia me disse:

- Que estás fazendo? -Tomo nota destas inscrições.

- Não é preciso; tu as tens todas na Escritura. Algumas delas até as mandaste colocar nas portas [de teu Oratório]."

Fonte: Dicionário da fé

Um sonho de D. Bosco

Uma vez São João Bosco teve um sonho significativo.. O santo sonhou que estava no inferno, assistindo uma reunião que os demônios faziam, com o objetivo de destruir a obra salesiana, que se expandia para o mundo inteiro, arrancando das trevas do pecado a juventude mais carente e abandonada.

D. Bosco assistia a reunião diabólica. Em dado momento, levanta´se um diabo e propõe aos demais arrasar a obra de D. Bosco através da luxúria, tentando os padres salesianos pelas ´obras da carne´. Quando já havia um certo consenso, e todos achavam que era uma boa estratégia para destruir a Congregação de D.Bosco, eis que levanta´se outro diabo e convence os demais que este caminho não teria sucesso. Disse a todos que estava convencido de que D. Bosco já tinha incutido nos seus filhos um grande amor à pureza e à castidade, e que de nada adiantaria tentá´los a cometer estes pecados. E acabaram todos se convencendo de que ele tinha razão.

Em seguida, levanta´se outro diabo e propõe derrubá´los pela gula, o excesso da comida e da bebida. Depois de alguma discussão, levanta´se outro espírito infernal e também convence a todos de que esse caminho também não teria sucesso, já que, segundo ele, D. Bosco soube incutir nos seus salesianos o amor à temperança, evitando comer e beber qualquer alimento nos intervalos das refeições. E todos desistiram da idéia. Logo levanta´se mais um endiabrado e sugere que se derrube os apóstolos de D. Bosco pela preguiça.

Após a discussão, acabaram todos chegando à conclusão de que também essa estratégia não funcionaria, já que o ´pai e mestre dos jovens´ soubera formar os seus filhos no amor ao trabalho, acordando cedo e deitando tarde, não permitindo´se uma vida de comodismo, omissão e negligência no serviço de Deus. E, da mesma forma, desistiram. E a reunião continuou com várias propostas sobre a maneira de como tentar os filhos de D. Bosco, fazendo´os deixar o apostolado dos jovens.

E nesta linha, foram propondo os pecados capitais: ganância, ódio, inveja, etc; mas nenhum deles parecia adequado ao intento do inferno, já que o grande Santo soubera bem prevenir os seus sobre os perigos desses pecados e a necessidade de manter a ´oração e a vigilância´ constantes. Quando já estavam desistindo do intento malígno da reunião, eis que se levanta um diabo mais astuto que os outros, põe´se no meio de todos, e afirma saber qual a maneira de derrubar os padres : ´Vamos tentá´los pelo orgulho´. E antes que os demais espíritos malígnos conseguissem desistir da idéia, eis que D. Bosco acorda, suado e ofegante, como se saísse de uma batalha.

O Santo então percebeu que essa seria a pior tentação para os seus filhos ´ a soberba. Logo na manhã seguinte, reuniu todos os seus religiosos, contou´lhes o sonho e advertiu´os deligentemente sobre o perigo da soberba, o amor´próprio que nos faz cheios de vanglória, desejo de aparecer, de se exibir, de se sentir melhor do que outros, de se revoltar, desobedecer, etc. Sem dúvida é o pior pecado. Pela soberba, que é falta de humildade, os anjos maus se perderam; Adão e Eva lançaram a humanidade na perdição, pela qual Jesus teve que humilhar´se e aniquilar´se até a morte de cruz (Fil 2,7´8).

Que preço! O orgulho é o amor desordenado ao próprio Eu, prestando a ele um verdadeiro culto idolátrico. São filhos da soberba: a presunção, o iluminismo, o messianismo, a autosuficiência, a arrogância, a prepotência, a vaidade, auto´piedade, o desejo de aparecer e de se exibir, e outros. São Paulo pergunta aos coríntios: ´O que há de superior em ti ? Que é que possuis que não tenhas recebido ? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o tivesses recebido? ´ (1 Cor 4,7). E São Pedro nos adverte de que: ´Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes ´ (1 Pe 4,5). ´Deus resiste ao soberbo´; isto é, não lhe ouve; porque está cheio de si mesmo; não têm espaço para Deus e os outros.

O inferno nada pode contra um homem verdadeiramente humilde; pois, segundo S. Vicente de Paulo, ´o demônio, que é soberbo, não sabe se defender contra a humildade.´ Se, de um lado, a soberba é o pior dos pecados capitais, por outro lado, a humildade é a maior das virtudes; foi a que fez Deus se encantar com Maria, e escolhê´la para Mãe do Seu Filho: ´ Ele olhou para a humildade da sua serva´(Lc1,48).

6 Aug 2010

Meditando a Transfiguração de Nosso Senhor JESUS CRISTO

No mês de agosto, a Igreja festejará a Transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo, no próximo dia 6. Assim, vamos iniciar a meditação reparadora dos primeiros sábados, que nos foi pedida por Nossa Senhora, quando apareceu em Fátima em 1917. Pedia Ela que comungássemos, rezássemos um terço, fizéssemos meditação dos mistérios do Rosário e confessássemos em reparação ao seu Sapiencial e Imaculado Coração. Para os que praticassem esta devoção, Ela prometia graças especiais de salvação eterna. Consideremos o quinto mistério luminoso:

A Transfiguração do Senhor no Monte Tabor.

"Este é o meu Filho muito amado, em quem tenho posto todo o meu afeto". (2 Pd 1, 17)

I - Introdução:

O Tabor é um monte majestoso, alcançando 660 metros de altitude. Maravilhoso panorama se descortina do alto, vendo-se o relevo ondulado da Galiléia, o lago de Genezaré, o cimo nevado do monte Hermon, o monte Carmelo e o Mar Mediterrâneo.
Mas o Tabor é famoso por algo de mais transcendente: em seu cume ocorreu um dos principais acontecimentos da História da humanidade - a Transfiguração de Jesus.(1)

Oração Inicial:

Virgem Santíssima, Mãe da Divina Graça, nós Vos pedimos que useis de vosso poder de intercessão infalível junto ao Vosso Divino Filho para nos obter graças superabundantes, eficazes e até místicas para bem meditar essa passagem da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Transfiguração. Sabemos que Ele fez isto com o intuito de fortalecer os Apóstolos, e dar a eles energia e vigor de alma para os difíceis momentos da Paixão.

Também nós não sabemos o que encontraremos pela frente, quantos anos de vida ainda nos restam. Teremos pela frente dores, aflições, dramas? Não sabemos. Como iremos passar por esses dramas todos? Também não sabemos. Por isso precisamos do Vosso apoio, do auxílio de Vossa Divina Graça. Precisamos da figura transfigurada de Vosso Divino Filho para alimentar a esperança de nossa própria transfiguração no dia de nossa ressurreição. E assim agüentarmos com virtude todas as dificuldades que nos virão pelo futuro. Pedimos, portanto, graças para podermos reparar de forma proporcionada Vosso Sapiencial e Imaculado Coração. Assim seja!

Ave Maria, cheia de graça, ...

Na transfiguração, devemos ter bem presente que Nosso Senhor não tomou nesta ocasião o corpo glorioso como alguns erradamente pensam, Ele só tomou seu Corpo Glorioso depois da Ressurreição. Em circunstâncias outras da vida, no nascimento, quando queriam prende-lo e misteriosamente desapareceu (fazendo uso do corpo glorioso), mas Ele estava ainda com o corpo padecente, Ele então realizou um milagre. Ele realizou um milagre para que nós compreendêssemos o que será a nossa ressurreição.

Os três Apóstolos ficaram tomados de espanto e maravilhados diante de Nosso Senhor Jesus Cristo transfigurado. Elias e Moisés representavam a Lei e os profetas estavam ali confirmando as profecias que anunciavam a vinda do Messias: e Ele estava diante deles! Aquele que nós desejávamos; Aquele que foi anunciado ao longo dos séculos. O Filho de Deus!

1 - A Voz do Pai Eterno . . . 'Este é o meu Filho'...

Mas, uma vez que se tratava de seu Filho, Deus mesmo não resistiu. O Pai, tendo diante de Si Seu Unigênito, esse Filho que Ele havia gerado desde toda a eternidade não resistiu e, de dentro dessa nuvem, ouve-se a voz de Deus, aquela mesma voz que falou a Moisés no Sinai, aquela mesma voz que no batismo de Nosso Senhor se manifestou a São João Batista e a outros. Essa mesma voz naquele momento se faz ouvir, e de uma forma clara e categórica: Este é o Meu Filho Bem-Amado no qual eu pus todas as minhas complacências -- ouvi-O! Ouvi-O!

...O que é ser filho de Deus ?

Mas o que é ser filho? Ser filho, é ter a mesma natureza dos pais. Quando uma criança nasce, diz-se: esta criança de nome tal é filho, ou ela, ou ele, filho ou filha deste e daquela porque o pai e a mãe transmitiram a natureza humana àquela criança. Aquela criança não é feita de pedra, aquela criança não é feita de madeira, ela não pertence à natureza mineral, ela não pertence à natureza vegetal. Ela é uma pessoa, e por isso são o pai e a mãe de uma pessoa.

Temos também a Maternidade Divina de Nossa Senhora. Ela não é mãe da natureza humana de Nosso Senhor, Ela é mãe da Pessoa de Nosso Senhor. Ora, a pessoa de Nosso Senhor é Divina, e por isso Nossa Senhora é Mãe de Deus. Portanto, ser filho é ter a natureza do pai. Aonde nós podemos encontrar a justificação de que Jesus é o Filho!? Filho porque foi Gerado e não criado como nos diz o Credo.

2 - ... gerado desde toda eternidade!

Foi gerado desde toda a eternidade. Qual foi o momento em que Deus-Pai concebeu a Deu-Filho? Não há momento. Assim como nós temos uma eternidade diante de nós, nós temos uma eternidade atrás de nós. Atrás de nós não há tempo, não há momento, a eternidade não tem início. Este início é desde toda a eternidade.

Desde toda a eternidade o Pai gerou o Filho. Um Filho tão, tão extraordinário que representa o pensamento perfeito, completo, pleno do Pai e do Filho que é idêntico ao Pai a tal ponto que o Pai olhando para o Filho Se reconhece inteiramente no Filho; o Filho olhando para o Pai Se reconhece inteiramente no Pai e Pai e Filho se amam, e daí procede o Espírito Santo.

Mas isto é real, é Filho desde toda a eternidade na Sua natureza Divina. Mas Ele teve um nascimento humano, foi concebido no seio virginal de Maria Santíssima. Quem é o Pai deste que nasceu da Santíssima Virgem? É Deus-Pai, o Padre Eterno.

3 - Formas de Jesus nascer: na ressurreição, no altar, no batismo.

Foi este o único nascimento que Ele teve, o da eternidade e o do tempo?

Pode-se dizer perfeitamente que há um outro nascimento que é o da Ressurreição. Só? Não. Ele vai nascer aqui no altar. Ele vai nascer sobre este altar abençoado. Ele vai nascer quando o sacerdote pronunciar as palavras da consagração: Isto é o Meu Corpo, este é o cálice do Meu Sangue. Ali nascerá de novo Nosso Senhor porque a substância pão e a substância vinho vão ceder lugar à substância Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. É só? Não! Temos um outro nascimento de Jesus. Quando alguém vai receber o batismo. No momento em que o padre derrama água sobre a cabeça daquele que está sendo batizado e, em três jorros disser: "eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo", nesse momento nasce Nosso Senhor Jesus Cristo na alma dessa criança. Aí se dará outro nascimento.

Este que nasce desde toda a eternidade, que nasce do seio da Santíssima Virgem, da ressurreição, no altar, no batismo, é o mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo que nasce!

‘Este é o Meu Filho Bem-Amado', porque o amor que Deus-Pai tem por esse Filho é tão grande que ele produz algo que nos deixa pasmos. Procede deste amor do Pai ao Filho, e do Filho ao Pai uma terceira Pessoa idêntica também aos outros dois - o Espírito Santo - os três são idênticos. Mistério!

O principal mistério de nossa Fé. Aí está o grande fruto deste amor do Pai e do Filho, e do Filho e do Pai.

Filho Bem-Amado, no qual colocou todas as complacências. Deus-Pai pôs tudo neste Filho Bem-Amado. Por que este Filho se encarnou? Por causa nossa! E por isso nós ouvimos essa recomendação do Pai: ‘Ouví-O". Jesus se faz nosso irmão tal ponto, abandona a felicidade eterna na qual sempre viveu e aceita de vir encarnar-se porque ele nos ama. Aceita não só de encarnar-se mas aceita os tormentos todos da Paixão, aceita ser flagelado. "Ouví-O", "ouví-O"!, Não se ouviu um só gemido, não se ouviu uma só reclamação, não se ouviu uma só revolta - menos ainda - por tudo o que faziam contra Ele.

4 - Somos filhos de Deus! . .. inefavel maravilha!

Para o renomado teólogo Pe. Royo Marín, a graça santificante , que é um dos efeitos do Batismo, produz a filiação divina, conferindo ao neófito uma participação real e verdadeira nessa filiação: 'Trata-se de uma verdadeira geração espiritual, um nascimento sobrenatural que imita a geração natural e recorda, por analogia, a geração eterna do Verbo de Deus'. E conclui o Pe. Royo Marín: "Inefável maravilha que pareceria inacreditável se não constasse expressamente na divina Revelação". (3)

II - O que Deus-Pai quis ao dize-nos: 'Ouví o meu Filho' ?

Não é como quem liga o rádio e ouve uma música, e não tem nada a ver com a música porque o rádio está tocando, e ouviu essa música. "Ouví-O"não é também como quem ouve tocar um sino ou ouve tocar uma trombeta ou ouve um ruído na rua ou o estouro de uma bomba. Não é.

Este "ouví-O" do Pai tem o significado todo especial. O que quer dizer este "ouví-O"? "Ouví-O" significa: "identifique-se com", "seja igual a", na medida do possível e guardadas todas as devidas proporções, aproxime-se, seja também um filho bem-amado ou uma filha bem-amada. O que Deus-Pai quis neste momento em que Ele disse "Este é o Meu Filho Bem-Amado no qual pus todas as minhas complacências", o que o Pai quis ao dizer?nos "ouví-O"? É seguí-Lo, é imitai-Lo.

Quanta bondade neste seu Filho. Podemos falar em quantidade? É difícil falar em quantidade quando essa bondade é infinita, quando esta bondade é substância, quanto esta bondade é essência; Ele é essencialmente Bondade. Não havia um só que se aproximasse que Ele não fizesse o bem; não havia um só necessitado que ele não atendesse. Não havia um só paralítico que Ele não fizesse andar, um surdo que não fizesse ouvir, um mudo que não fizesse falar, até mortos Ele ressuscitou. Jesus, por onde passou, só fez o Bem.

"Ouví-O", ou seja, é preciso que nós façamos o bem como Cristo fez o bem. É preciso imitarmos a Nosso Senhor. Ele não perdeu uma só oportunidade para fazer o bem. Até da orla do manto d'Ele saía uma virtude que curava. Aquela mulher que em determinado momento se vê envergonhada diante do que o Mestre perguntava a Pedro:

"Quem me tocou". Pedro disse: "Mestre, no meio dessa multidão, muitos O tocaram" Mas Ele põe o problema: não, não, não; alguém me tocou, de tal forma que senti sair de mim uma virtude. Essa mulher se ajoelha diante d'Ele e diz: Senhor, perdão, fui eu! Ele diz: "Vá, tua Fé te curou". Até na orla do manto. Está dito que Ele passava e as pessoas procuravam pelo menos tocar no manto d'Ele.

1 - "Ouví-O"- no caminho da lealdade.

E este mundo tão feito de maldade, tão feito de intrigas, tão feito de contradições, tão feito de dramas, tão feito de ódios recíprocos, às vezes dentro de uma mesma família: É o pai que não se entende com o filho, é uma filha que não se entende com a mãe. É tio, é avó..., para quê isso? Porque nós somos chamados a cumprir este desígnio do Pai, esta recomendação do Pai: "ouví-O"! Seja semelhante a Ele!

A linguagem d'Ele sempre: sim, sim; não, não. Nunca linguagem dupla, nunca nenhuma forma de politicagem ou futricagem, maledicências, calúnias: jamais. "Ouví-O"! É preciso ser como Ele é, amante da verdade. Ele que dizia: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ele é o Caminho; e quando Deus-Pai diz: "ouví-O", Ele quer que nós sigamos este caminho. Este caminho de bondade, este caminho de lealdade, este caminho de caridade.

Primeira Palavra d'Ele na Cruz: "Senhor, perdoai-os porque não sabem o que fazem!". Devemos ser assim também. "Ouví-O". Nós devemos imitar a Nosso Senhor no perdão como está na oração do Pai-Nosso: perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aqueles que nos tem ofendido. Mas é preciso não só dizer, é preciso viver. "Ouví-O" significa identificar-se. Isto sobretudo, nos momento de tormento, nos momentos de aflição, nos momentos de necessidade, nos momentos de angústia, nos momentos de drama, nos momentos de incompreensão, até nos momentos de perseguição, precisamos estar com a mesma disposição de Nosso Senhor Jesus Cristo: Senhor, perdoai-os porque não sabem o que fazem...!

2 - Somos templos de Deus!

Zelo pela casa de Deus, zelo pela religião, zelo pelo culto a Deus; um zelo extraordinário. Cumpriu como ninguém todas as leis. Nós às vezes relaxamos. Nós às vezes deixamos de ir à missa, deixamos de fazer nossas oração, deixamos a freqüência à igreja, saímos e viajamos, vamos para os nossos lazeres, esquecendo-nos de nossas obrigações para com Deus. Ele disse de Si: "Destruí este Templo e em três dias Eu O reconstruirei" fazendo uma referência a seu Corpo, por quê? Melhor templo de Deus não podia haver que seu Corpo. Seu Corpo é o próprio Templo de Deus, e Ele cuidava deste Templo de tal forma que Ele não permitiu que esse Templo permanecesse mais de três dias no túmulo, e O ressuscitou porque era preciso que este Templo continuasse a ser o alojamento de Deus e que continuasse a ser de forma viva, e não com a alma separada do corpo. São Paulo é quem nos diz: "E não sabeis que sois templo de Deus?, não sabeis que sois filhos de Deus" e que realmente o sois! Aí está o cerne do bom filho: "Ouví-O", para ser filho de Deus. Nós pelo batismo, nos tornamos filhos de Deus. É verdade que nós o somos por adoção, mas uma adoção toda especial, que nos torna membros de Deus. Quanto necessitamos termos zelo pelo templo de Deus que somos nós. O quanto necessitamos fugir do pecado, fugir das ocasiões, fugir de tudo aquilo que me leva a ofender a Deus. Por quê? Porque sou templo de Deus.

Magnífica frase do Pai em relação a Nosso Senhor! "Este é o Meu Filho Bem-Amado no qual eu pus todas as minhas complacências" "Ouví-O".

Que Nossa Senhora, conceda a todos e a cada um, esta lealdade, esta fidelidade a esta determinação de Deus-Pai: "Ouví-O", Ouvi a Nosso Senhor Jesus Cristo!

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! (2)

Ação de graças depois da meditação

Imaculada Virgem Maria, minha amável e terna Mãe, aceitai o reconhecimento do meu coração pela generosidade do vosso para comigo. Agradeço-Vos a intercessão com que me assististes, os auxílios que me obtivestes e as resoluções que me inspirastes. Tomai-as, Senhora, e tocadas no vosso Coração Puríssimo, oferecei-as com os meus agradecimentos ao Sagrado Coração de Jesus, para que Ele se digne aprová-las e dar-me por Vós a graça para as cumprir fielmente.

Assim seja.

Referências:
(1) Revista Arautos do Evangelho, Editorial, nº 8, ago. 2002, p. 4
(2) Homilia da Celebração Eucarística - pelo Mons.João Clá Dias.- Catedral da Sé, 6 ago. 2005.- sem revisão do autor
(3) Revista Arautos do Evangelho, artigo de José Afonso S. de Aguiar - nº 91, jul. 2009, p. 27

Fonte: Arautos

3 Aug 2010

As belas mãos de um Padre

1. Precisamos delas quando a vida começa,
precisamos de novo quando ela acaba;
sentimos nelas a verdadeira amizade,
precisamos delas durantes as tristezas da vida.
2. Quando chegamos a este mundo somos pecadores,
tanto grandes como pequenos.
E as mãos que nos tornam puros como anjos
são as belas mãos de um sacerdote.
3. No altar, a cada dia, contemplamo-nas,
e as mãos de um rei em seu trono
não são iguais a elas em suas grandeza.
Sua dignidade é sem igual.
4. No silêncio da manhã que vem surgindo
antes que o Sol nasça no oriente,
lá Deus repousa entre os puros dedos
das belas mãos de um padre.
5. Quando somos tentados e trilhamos
as vias da vergonha e do pecado
as mãos de um sacerdote nos absolvem.
Não apenas uma vez mas várias.
6. E quando nos unimos em Matrimônio
outras mãos podem preparar a festa.
Mas as mãos que nos abençoa e nos une,
são as belas mãos de um sacerdote.
7. Deus os abençoe e os mantenha todos santos,
pela Hóstia que seus dedos seguram,
o que pode um pobre pecador fazer melhor
do que pedir a Deus que nos dê estes para nos abençoar.
8. Quando o orvalho da morte cair em nossos olhos
que nossa coragem e força possam ser aumentadas
por ver levantadas sobre nós em bênção
as maravilhosas mãos de um sacerdote.
Fonte: http://beinbetter.wordpress.com/
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