O Padre Brown no Concílio Vaticano II.

G. K. Chesterton.
No fim de seu livro Hereges, Chesterton escreveu: “Um homem [...] ao abandonar doutrina após doutrina, num refinado ceticismo, ao recusar filiar-se a um sistema, ao dizer que superou definições, ao dizer que duvida da finalidade, quando, na própria imaginação, senta-se como Deus, não professando nenhum credo, mas contemplando todos, então está, por intermédio do mesmo processo, imergindo lentamente na indistinção dos animais errantes e da inconsciência da grama” [ndr: utilizamos a tradução portuguesa da Ed. Ecclesiae, 2011, pág. 258]. Denunciava assim, com o seu robusto bom senso, a era da suspeita universal na qual a modernidade mergulhou o espírito humano.
O que teria dito Chesterton (foto) se soubesse que entre 1962 e 1965 um concílio ocorreria no Vaticano, e que, para responder ao desafio que a modernidade cética lança à Igreja Católica, este concílio recusaria qualquer definição dogmática, contentando-se com afirmações simplesmente pastorais? Penso que teria retomado a sua pluma: “Um homem — a fortiori um Padre conciliar — ao dizer que superou definições…, [então está] imergindo lentamente na indistinção dos animais errantes e da inconsciência da grama. Árvores não têm dogmas. Nabos são particularmente tolerantes”. O Padre Brown, célebre herói de Chesterton, teria indubitavelmente desejado um concílio mais doutrinal e menos… vegetal. Um concílio protegido da indistinção graças à precisão dos dogmas.
Tradução: Fratres in Unum.com

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