Lembrai-vos

Lembrai-vos
Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa proteção, implorado a vossa assistência, e reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado. Animado eu, pois, de igual confiança, a Vós, Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho e, gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos Vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos rogo. Amen.

27 May 2012

A Ação do Espírito Santo na Igreja

A Propagação do Cristianismo


Quando Jesus pregava sua doutrina na Judéia, em toda a terra reinava, havia séculos, a idolatria, religião fácil, em que cada qual inventava deuses a seu modo, em que as paixões eram justificadas e divinizadas. Os povos contentavam-se com um culto sem obrigações e com uma vida toda de paixões e de prazeres. O velho politeísmo constituía a base da sociedade romana. Seus templos e seus ídolos encontrava-se em toda a parte; seus poetas encantavam as imaginações; suas festas eram o espetáculo do povo; enfim imiscuía-se ele em tudo como um costume ou como um prazer. O politeísmo brilhava nas insígnias das legiões e sendo a religião professada pelo Estado, aceita pelo poder, pelo interesse e pelo hábito, parecia dever durar tanto quanto o império.


Esta era a crença do mundo a quem Jesus queria impor sua doutrina e sua religião. Se quisermos avaliar a dificuldade da empresa, transportemo-nos pelo pensamento à época em que todas as nações eram idólatras, imaginemos que quando Jesus começa a percorrer a Judéia para anunciar sua religião, é encontrado por um filósofo muito versado em todos os conhecimentos apreciados pelo mundo, e imaginemos que este filósofo pergunte a Jesus:


- Qual é o vosso desígnio, percorrendo assim as cidades e as aldeias da Judéia, e ensinando ao povo uma nova doutrina?




- Meu desígnio - responde Jesus - é reformar os costumes da humanidade, mudar a religião de todos povos, abolir o culto dos deuses que os povos adoram, para adorar o único Deus verdadeiro. Por mais surpreendente que pareça minha empresa, afirmo e garanto que ela se realizará.
- Sereis então mais sábio do que Sócrates, mais eloqüente que Platão, mais hábil do que todos os gênios que ilustraram Roma e a Grécia?
- Não pretendo ensinar a sabedoria humana, mas mostrar que a sabedoria dos sábios é loucura. E a reforma que nenhum deles teria ousado introduzir em uma cidade apenas, eu e meus discípulos a realizaremos em toda a terra.
- Mas, ao menos, vossos discípulos, por seus talentos, pelo conceito em que são tidos, por suas riquezas estão em condições de brilhar de tal forma que fascinem as multidões?
- Não, meus enviados serão homens ignorantes e pobres, tirados do povo, pertencentes à nação judaica que, como se sabe, é desprezada por todas as outras. Não obstante, por meio deles é que pretendo vencer os filósofos, os poderosos da terra e as multidões.
- Recrutareis legiões para empregar a força das armas?
- Não, nada disso faz parte do meu projeto. Meus enviados devem ser mansos como cordeiros, devem deixar-se estrangular por seus inimigos e considerarei um crime utilizarem a espada para estabelecer o domínio de minha lei.
- Mas neste caso esperais que os imperadores, os magistrados e os governadores de província favoreçam vossa empresa?
- Não, todos os poderes levantar-se-ão contra mim; meus discípulos serão arrastados aos tribunais, serão odiados, perseguidos e mortos. Durante três séculos, os homens tudo farão por sufocar em um mar de sangue minha religião e seus adeptos.
- Mas que atrativo possuirá vossa doutrina para ganhar a adesão da humanidade toda?
- Minha doutrina - responde Jesus - basear-se-á em mistérios incompreensíveis; sua moral será mais pura do que a moral até hoje ensinada; meus discípulos dirão de mim que nasci numa mangedoura, que levei uma vida de pobreza e de sofrimentos, e poderão acrescentar que expirei pregado numa cruz, porque este é o gênero de suplício em que deverei morrer. Tudo isto será amplamente divulgado, tudo isto será acreditado entre os homens, e a mim que vos falo, é que a humanidade deverá adorar.
- Em resumo - diz enfim o filósofo, em tom de comiseração - pretendeis ensinar os sábios por intermédio dos ignorantes; vencer todos os poderes por meio de homens fracos; atrair as multidões, combatendo-lhes os vícios; aliciar discípulos, prometendo-lhes sofrimentos, desprezos, opróbrios e a morte; destronar os deuses do Olimpo, para ser adorado em lugar deles, e no entanto, como declarais, sereis pregado numa cruz como um malfeitor e como o mais vil dos escravos. Não, vosso projeto não passa de uma loucura e em breve o escárnio público fará justiça a tão absurda utopia. Para que vossa utopia se realizasse, seria preciso reformar a natureza humana e é claro que a reforma do mundo moral pelos meios que propondes, é tão impossível como a do mundo material.
Assim teria pensado e assim teria falado a Jesus o filósofo a que me referi. Pois o que era humanamente impossível, foi justamente o que aconteceu: a loucura da cruz triunfou do universo e este é o imortal monumento da divindade do cristianismo.
Sim, tudo o que Jesus pretendia realizar, foi realizado a despeito dos obstáculos, e a história nos relata a extraordinária realização do divino projeto, a extraordinária ação do Espírito Santo: o poder interiorda Igreja de Cristo.
('Nos Raisons de croire' - A lógica da Fé - Pe. D. Lodiel, S.J.)


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