Lembrai-vos

Lembrai-vos
Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa proteção, implorado a vossa assistência, e reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado. Animado eu, pois, de igual confiança, a Vós, Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho e, gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos Vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos rogo. Amen.

7 Jun 2012

Cardeal Burke contra a liturgia do Neocatecumenato.



Em sua edição de ontem, o jornal italiano La Repubblica divulgou três novos documentos vazados dos sagrados palácios pelos enigmáticos “corvos”. O primeiro, uma carta do Cardeal Raymond Leo Burke ao Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, a respeito de rumores de uma aprovação pontifícia da liturgia do movimento Caminho Neocatecumenal. Como se sabe, a manobra orquestrada para aprovação da liturgia neocatecumenal por partidários deste movimento na Cúria Romana foi abortada na última hora, convertendo-se em aprovação de celebrações para-litúrgicas entre cada um dos estágios do itinerário catequético “kikoniano”.

“Não posso, como Cardeal e membro da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, deixar de expressar a Sua Eminência a estranheza que o convite [para o encontro com o Papa previsto para seis dias mais tarde, "por ocasião da aprovação da liturgia do Caminho Neocatecumenal"] me causou. Não me recordo de ter ouvido algo sobre uma consulta acerca da aprovação da uma liturgia própria deste movimento eclesial. Recebi nos últimos dias, de várias pessoas, inclusive de um estimado bispo americano, expressões de preocupação sobre tal aprovação papal, da qual já haviam tomado ciência. Esta notícia para mim era um simples rumor ou especulação. Agora descobri que tinham razão.
Cardeal Raymond Burke.
Cardeal Raymond Burke.
Deixando de lado a questão sobre a forma com que tal aprovação foi preparada pelo Santo Padre, devo, em consciência,expressar minhas mais sérias reservas no que se refere às inovações que o Caminho Neocatecumenal introduziu na celebração da Sagrada Liturgia. Estas inovações já haviam sido corrigidas em 2006 pelo Cardeal Francis Arinze, então prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, mas devo dizer que as correções não tiveram nenhum êxito, ao menos nos Estados Unidos. As comunidades deste movimento continuaram celebrando a Santa Missa com inovações significativas, abertamente em contraste com a disciplina litúrgica a ser observada nas paróquias onde realizam seu apostolado.
Sem entrar em um comentário detalhado sobre as inovações, expresso duas de minhas principais preocupações. O lugar escolhido para a celebração da Santa Missa, o modo de dispor os membros durante a celebração e a maneira anômala para a recepção da Sagrada Comunhão, a meu ver, exageram gravemente o aspecto do banquete no Sacrifício Eucarístico e abandonam o ministério insubstituível do sacerdote na Santa Missa.
Na mesma linha, as enormes monições dadas por membros [leigos] desde o ambão, durante a celebração da Santa Missa, relativizam a proclamação da Palavra de Deus e a Homilia sobre a Palavra de Deus por parte do ministro ordenado. Enquanto estas longas monições podem ter um lugar apropriado nas celebrações não litúrgicas, representam, a meu ver, uma grave distorção do Rito da Missa.
Finalmente, como fiel conhecedor do ensinamento do Santo Padre sobre a reforma litúrgica, que é fundamental para a nova evangelização, creio que a aprovação de tais inovações litúrgicas, inclusive após a correção das mesmas por parte do Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, não parece coerente com o magistério litúrgico do Papa.
Milão, 3 de junho de 2012 –  “Expulsar os verdadeiros culpados do Vaticano. Novamente, o único a pagar é o bode expiatório. Nenhuma vítima melhor que o mordomo do Santo Padre. A verdade deve ser procurada no poder central”. O corvo ainda está no Vaticano. Ele circula, observa e golpeia, enquanto Bento XVI está em uma visita oficial de três dias a Milão, buscando um momento de tranquilidade em meio a ressentimentos que o cercam. O corvo lança novos documentos de repente. Três, para ser exato, que La Repubblica possui e apresenta hoje. Mas a fonte adverte, temos “centenas” de cartas como estas. Ele escreve em uma carta explicativa — que precedeu os documentos — digitada em um computador. Mostrando, como se fosse necessário, que o mordomo do Papa, acusado de ser o portador das cartas que apareceram anteriormente da Santa Sé, “o bode expiatório”, como diz a carta, não é o único. Porque o corvo está, de fato, ainda na ativa. “A verdade — denuncia — deve ser procurada no poder central”. E explica: “Isto é, no arquivo privado de Mons. Georg Gänswein, secretário particular do Santo Padre, do qual diversos documentos reservados ao Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, aparecem continuamente”.
Bento XVI, Bertone e Gänswein.
Bento XVI, Bertone e Gänswein.
Uma dura acusação, que a fonte faz sua, contra o secretário particular de Bento XVI, homem pelo qual o Papa tem, por sua vez, a mais alta confiança, e que por vários anos tem sido a pessoa com que conta para questões de natureza não só pessoais, mas também espirituais e políticas. Nos últimos anos, de fato, Monsenhor Gänswein aumentou notavelmente sua influência dentro do apartamento [papal], crescendo no papel, seguramente informal, não obstante, real e claro para todos, de conselheiro de Joseph Ratzinger, que também é seu compatriota. O corvo acrescenta em sua mensagem de introdução às três cartas: “As coisas nem sempre caminham como esperado, e houve passagens não controladas de documentos e atos ultra confidenciais entre Mons. George e o Cardeal”. Como se dissesse: os atos e documentos que saem do apartamento papal para o escritório da Secretaria de Estado, e vice-versa, por vezes tomam caminhos diferentes. E o controle sobre eles se perde.
O corvo então apresenta “três de centenas de documentos em nosso poder”. O primeiro é uma “carta super secreta” dirigida a Bertone pelo Cardeal Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica [Cardeal Burke], e que trata do que é estigmatizado como “o vergonhoso caso dos neocatecumenais, sobre o qual há uma longa nota escrita a mão pelo próprio Bento XVI”. Os outros dois são cartas com a aparente assinatura de Monsenhor Gänswein. E tratam, diz ele, de “alguns lamentáveis e vergonhosos acontecimentos dentro do Vaticano”. As duas notas levam na parte superior o brasão da Santa Sé com as palavras “Città del Vaticano“. E na parte inferior a assinatura, a mão, de “don Georg Gaenswein“. Abaixo, as palavras estampadas, “Segretario Particolare di Sua Santità Benedetto XVI” . Uma delas é datada de 19 de fevereiro de 2009. O texto das cartas foi apagado. O corvo explica: “Não publicaremos na íntegra para evitar ofender a pessoa do Santo Padre, já colocado sob grande tensão por seus colaboradores próximos”. E adverte: “A fim de sermos justos, reservamo-nos a publicação integral caso eles persistam em esconder a verdade dos fatos”. E então conclui: “Expulsem do Vaticano aqueles verdadeiramente responsáveis por este escândalo: Mons. Gänswein e Cardeal Bertone”. Duríssimas acusações não provadas e não detalhadas aqui.

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