Lembrai-vos

Lembrai-vos
Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa proteção, implorado a vossa assistência, e reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado. Animado eu, pois, de igual confiança, a Vós, Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho e, gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos Vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos rogo. Amen.

14 Sept 2009

II – HISTÓRIA DA IGREJA - Parte II

B.3) A IGREJA E O ORIENTE
Enquanto no Ocidente o cristianismo progredia admiravelmente; o Oriente sofreu o combate de novos hereges. Os imperadores gregos em Constantinopla não se queriam sujeitar às decisões do Supremo Pontífice e rejeitaram-lhe a supremacia. Grande número de sacerdotes e bispos seguiu o exemplo dos príncipes, induzindo também o povo ao CISMA, isto é, continuaram cristãos sem prestarem obediência ao Papa.
O MAOMETANISMO – Foi fundado por Maomé ( 570-632). Mas uma manifestação do Anticristo. Ao 12 anos teve um encontro com um monge cristão, que lhe ensinou a crença num Deus único. Aos 25 anos, casado e comerciante bem sucedido, começa a ter sonhos esquisitos, convulsões e arroubos místicos.
Refugia-se nas montanhas onde, afirma ele, teve uma visão do arcanjo São Gabriel que lhe anunciou ser ele o Profeta de Alá. Por volta de 612 inicia publicamente sua pregação, insistindo na caridade, na igualdade, numa vida de solidariedade contra toda a usura. Como a classe dominante vivesse de prazeres, ganância e lucros extorquidos, Maomé foi perseguido e seus adeptos torturados.
O profeta se refugia no deserto, de onde é buscado por alguns chefes políticos. Fixa-se em Medina (que quer dizer cidade do Profeta) e se torna o líder religioso, político, chefe militar e legislador ao mesmo tempo. Morta sua primeira esposa, casa-se outras 11 vezes e teve inúmeras concubinas. Tendo boa base militar, inicia o que chamou de “guerra perpétua” contra os não-maometanos.
Intimamente ligados à conquista política pela guerra e pela força, os maometanos (também chamados muçulmanos, que quer dizer “aquele que se submete à vontade de Deus”; ou islamitas) se espalharam pela Arábia, África, Oriente e a Indonésia. Muitas batalhas foram travadas para que não dominasse a Europa.
Na Espanha conseguiram penetrar em 711 e lá ficaram por 500 anos, deixando profunda influência na arte, na literatura e até mesmo na liturgia católica. Hoje são 400 milhões que seguem a doutrina de Maomé, que está condensada no livro chamado Alcorão.
Maomé ensina a existência de um Deus único, criador, onipotente, misericordioso e juiz de todos. Nega a Santíssima Trindade. Acredita em anjos e demônios, céu e inferno, na ressurreição dos mortos e num juízo final. Para Maomé Cristo não é Deus, apenas um profeta. Sua doutrina é uma síntese do judaísmo, cristianismo, crenças árabes, preceitos morais e sociais.
AS CRUZADAS – Os lugares da Terra Santa, onde Jesus viveu 33 anos e por fim terminou a obra da Redenção pela sua Paixão e morte, eram, desde remota data, objeto de veneração dos cristãos, que os visitavam freqüentemente. Grande foi, por isso, sua aflição, quando no século VII os maometanos e mais tarde, no século XI, os turcos se apoderaram desse país. Pedro d’Amiens, piedoso peregrino, ao voltar da Terra Santa, foi ter com o Papa Urbano II, a fim de descrever-lhe os vexames dos cristãos na Palestina e a profanação dos lugares santos pelos infiéis. O Papa convocou o concílio de Clermont (1095), ao qual compareceram muitos príncipes do Ocidente.
Lá compareceu também Pedro d’Amiens e expôs com tal emoção a triste situação do país de Cristo que todos os circunstantes, banhados em lágrimas, romperam num grito uníssono de fé e coragem: “Deus o quer! Deus o quer!”. O Ocidente em peso pôs-se em movimento para libertar do poder dos turcos a Terra Santa
Em sete grandes expedições, que se chamaram cruzadas, os príncipes cristãos esforçaram-se para alcançar esse objetivo. A primeira cruzada (1096-1099) era chefiada por Godofredo de Bouillon que, depois de renhidas batalhas, tomou posse de Jerusalém. Por causa de sua piedade e coragem, os chefes dos exércitos o elegeram rei de Jerusalém. Conduziram-no à Igreja do santo sepulcro, onde o aclamaram solenemente.
Quando, porém, lhe ofereceram a coroa real, o piedoso duque recusou aceitá-la e disse: “Não permita Deus que eu cinja um diadema de ouro no mesmo local em que o Rei dos reis foi coroado de espinhos”. O novo reino, porém, subsistiu apenas 100 anos. Intrigas e rivalidades entre os príncipes cristãos fizeram recair os santos lugares sob o poder dos infiéis.
Foram organizadas ainda várias cruzadas, em que, porém, os cristãos não conseguiam re-apoderar-se completamente da Terra Santa. Desde São Francisco de Assis (1180-1226) os franciscanos cuidam com carinho dos templos que recordam os principais fatos da vida de Jesus Cristo.
Os cristãos do mundo inteiro ajudam essa manutenção com esmolas, sobretudo através dos Comissários da Terra Santa (no Brasil pode fornecer informações o Convento de Santo Antônio do Pari, Caixa Postal 50490, SP).
B.4) AS ORDENS RELIGIOSAS
As cruzadas excitaram em todo o Oriente nova vida religiosa. Devido às invasões dos povos bárbaros, as ciências por longo tempo se haviam refugiado nos conventos; mas, aos poucos, começaram a se espalhar entre o povo.
Fundaram-se universidades e escolas, como em Paris e Colônia, cujas cátedras eram ocupadas por homens distintos e de vasto saber: Santo Anselmo, 1109; Alexandre de Hales,  1245; S.Alberto Magno,  1280; S. Tomás de Aquino, padroeiro das escolas católicas,  1274; S. Boaventura,  1274; Venerável Duns Escoto, o “doutor franciscano”,  1308.
Em toda parte floresceu a santa religião. Os fiéis construíram catedrais magníficas, que ainda hoje causam admiração, e a fundação de muitas novas ordens religiosas deram à Igreja um brilho especial. As principais ordens monásticas fundadas nessa época são: a dos camaldulenses, por São Romualdo,  1037; dos cartuxos, por São Bento,  1101; dos premonstratenses, por São Norbeto,  1134; dos cistercienses, por S. Roberto e S. Bernardo,  1153; dos carmelitas, pelo B. Alberto,  1214; dos dominicanos, por São Domingos,  1221 e dos franciscanos, por São Francisco de Assis,  1226. Grande é o número de santos que estas ordens contam em seu grêmio. A toda as partes do mundo enviaram seus missionários, para pregarem o Evangelho.
C) A IGREJA NOS TEMPOS MODERNOS
C.1) A IGREJA E A REFORMA
REFORMAS EQUIVOCADAS – Ao lado da boa semente crescia também no campo de Deus a cizânia. Havia hostilidades e guerras, crimes e violências, escândalos e heresias.
Quando, no século XI, o imperador Henrique IV não só entregava, mas até vendia bispados e abadias a pessoas indignas, e o Papa corajosamente enfrentava tais abusos, começou aquela longa peleja conhecida pelo nome de investidura, de que o Papa saiu vencedor.
Levantaram-se em seguida heresias, que primeiro moveram guerra à Igreja e mais tarde à autoridade civil: na França, os albigenses; na Inglaterra, os sectários de Wiclef; na Boêmia, os hussitas.
Impelidos por zelo incansável, missionários apostólicos, como São Vicente Ferrer (+1419) e São João Capistrano, percorreram diversos países, pregando penitência aos príncipes e aos povos. O fogo da rebeldia, porém, continuava a arder debaixo das cinzas, nutrido por várias inconveniências.
Os príncipes atacaram a Igreja, apoderando-se de seus bens. Os Papas se viram forçados a residir na França (Avignon), onde viviam dependentes dos reis. Houve, em conseqüência disso, grave divergência entre os cardeais italianos e os franceses, de que resultou, depois da morte de Gregório XI, que tinha restabelecido a Santa Sé em Roma, a dualidade dos Papas: Urbano VI, legitimamente eleito e residente em Roma, e Clemente VII, que morava em Avinhão.
Entre as reformas equivocadas, a principal foi o protestantismo, nascido no século XVI (16).
Quem deu início ao movimento foi MARTINHO LUTERO (1483-1546). Embora de origem humilde, teve boa formação universitária. Segundo ele mesmo conta, fez-se monge agostiniano depois que escapou de morrer por um raio. Ordenou-se padre e doutorou-se em teologia. Foi professor da Sagrada Escritura. Profundamente marcado pelo sentimento de pecado, quase se desesperava à procura de arrependimento e de penitência.
O clero do tempo, em grande parte, era mal instruído. Os bispados, muitas vezes, eram negociados. Houve bispos (como o Cardeal d’Este, arcebispo de Milão) que nunca visitou seu bispado, apesar de ter sido bispo durante 30 anos.
Outros bispos cumulavam várias dioceses e altos cargos nas cortes. A vida religiosa nos mosteiros e conventos se tornara medíocre. Por toda parte havia um mal-estar entre o povo e um sincero desejo de reforma dos costumes. Era também o tempo das grandes descobertas (América) e a economia passava por largas mudanças. Nesse tempo, o Papa estava construindo a grandiosa basílica de São Pedro e oferecia uma indulgência plenária ( isto é, o perdão das penas dos pecados) a quem, depois de confessado, desse uma boa esmola ou uma doação para as obras. Vários bispos fizeram a mesma coisa para terem fundos e construírem as catedrais.
LUTERO, que tanto sofrera dentro de si para se ver livre do pecado e conseguir a misericórdia de Deus, viu nas indulgências um grave abuso e uma afronta a Deus. Começou a pregar contra e a discutir publicamente o assunto. Outros temas religiosos entraram em questão, e Lutero acabou sendo acusado de herege. Lutero abandonou o sacerdócio, casou-se e fez-se líder de uma nova teologia que procurava reformar a Igreja e que acabou produzindo a IGREJA PROTESTANTE. Lutero foi excomungado.
Entre outras coisas, Lutero ensinava :
- que só havia o sacerdócio universal, isto é, todos os batizados seriam sacerdotes;
- que só havia dois (02) sacramentos válidos: o BATISMO e a EUCARISTIA;
- que só a fé pode justificar alguém e não a ABSOLVIÇÃO ou a indulgência ou as boas obras ou algum mérito pessoal;
- que só a Bíblia tem autoridade e não a TRADIÇÃO DA IGREJA;
- insistia na separação entre Estado e Igreja.
Este último ponto fez com que o assunto ultrapassasse a esfera religiosa e alcançasse a política. Os príncipes, que governavam regiões, começaram a se guerrear por causa de Lutero e se apegaram a ele para negar impostos e benfeitorias às dioceses e à cúria romana.
Três outros nomes precisam ser lembrados:
ZWINGLIO (1484-1531), sacerdote suíço, que levou as idéias de Lutero ao radicalismo, negou:
- o caráter sacrificial da MISSA;
- a INTERCESSÃO dos santos;
- o purgatório;
- a possibilidade de salvação por boas obras;
- a presença EUCARÍSTICA e o valor dos religiosos.
CALVINO (1509-1564), desenvolveu sua pregação sobretudo em Genebra, na Suíça. Também era padre. Calvino ensinava:
- que todo homem está condenado e é incapaz de fazer alguma coisa por sua salvação;
- que Cristo o salva sozinho, mas salva a quem quer e condena a quem quer;
- que Deus tem seus privilegiados, e os que não o são se condenam inapelavelmente e não podem sequer se queixar de seu desgraçado destino.
HENRIQUE VIII (1509-1547), rei da Inglaterra. Porque o Papa não quis anular seu casamento, rompeu com Roma, introduziu o protestantismo na Inglaterra como religião oficial e se fez rei e papa ao mesmo tempo. A religião que daí nasceu tomou o nome de Anglicanismo (esta Igreja permiti o casamento de homossexuais).
LUTERO, ZWINGLIO e CALVINO não se entenderam. Como também não se entenderam seus sucessores. Ao longo do tempo as igrejas se esfacelaram em inúmeras seitas.
Como não têm uma autoridade central, se torna difícil uma unidade de doutrina. Hoje mais de 250 igrejas protestantes diferentes estão unidas no Conselho Mundial de Igrejas, fundado em 1948, hoje com sede em Genebra.
O Concílio Vaticano II apoiou o ECUMENISMO, que procura a aproximação das igrejas entre si, o mútuo apoio nas obras de caridade e de assistência. Procura ressaltar os pontos em comum para diminuir as divergências.
REFORMAS VERDADEIRAS - A Igreja condenou as heresias protestantes no concílio de Trento, em 1545, e expôs em termos claros a doutrina de Jesus Cristo, principalmente a respeito da Sagrada Escritura e da Tradição, do pecado original, da justificação, dos sete (07) sacramentos e do culto aos santos.
Editou-se o catecismo de Trento, admirável compêndio da doutrina cristã. Deus, que prometeu à Igreja sua assistência até à consumação dos séculos, deu-lhe verdadeira consolação pela fundação de novas ordens religiosas. Com o fim de restituir ao clero sua primitiva pureza, fundou São Caetano a congregação dos teatinos (clérigos regulares).
Em 1464 surgiu a congregação dos oratorianos, fundada por São Filipe Néri, dedicada à instrução religiosa do Povo. Em 1530 Constituiu-se a dos barnabitas, que se consagravam às missões e ao ensino. Com o fim de embargar a marcha do protestantismo e reparar os estragos ocasionados por sua falsa reforma, Santo Inácio de Loiola fundou a Companhia de Jesus ou os jesuítas. Sua missão particular é: combater o erro por meio de uma vasta e profunda erudição; cuidar da instrução e da educação da mocidade (São Luís,Santo Estanislau e São João Berchmans, padroeiros da mocidade).
São João de Deus fundou uma ordem para servir os doentes, principalmente os alienados. Santa Teresa reformou a ordem das carmelitas, Santa Ângela fundou para a educação das moças a congregação das ursulinas, São João Calasans instituiu as escolas pias.
Entre os Papas dessa época distinguiram-se São Pio V, a quem a cristandade deve a vitória dos cristãos sobre os turcos, em Lepanto; Gregório XIII, que reformou o calendário; e Gregório XV, que enviou missionários para todo o mundo conhecido.

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