Lembrai-vos

Lembrai-vos
Lembrai-Vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa proteção, implorado a vossa assistência, e reclamado o vosso socorro, fosse por Vós desamparado. Animado eu, pois, de igual confiança, a Vós, Virgem entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho e, gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos Vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-Vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que Vos rogo. Amen.

14 Sept 2009

II – HISTÓRIA DA IGREJA - Parte I

TEMPOS PÓS-APOSTÓLICOS
A) A IGREJA E AS PERSEGUIÇÕES
A Igreja sofreu, desde seu berço, cruéis perseguições. Insurgiram-se contra ela inimigos externos – os judeus e os pagãos – inimigos internos – os hereges e os apóstatas.
A.1) OS INIMIGOS EXTERNOS DA IGREJA
OS JUDEUS – A doutrina de Jesus Cristo achou fraco apoio entre os judeus, porque estes ansiavam por um Messias que, como chefe da nação, movesse guerra libertadora aos opressores do povo de Deus, e por isso não se queriam conformar com um Cristo pobre e ultrajado.
Como tinham perseguido o Mestre, assim perseguiram também seus discípulos. No ano 70 os romanos invadiram Jerusalém, arrasaram a cidade e do templo não sobrou pedra sobre pedra. Os judeus se dispersaram pelo mundo todo. Muitos prosperaram. Mas muitos sofreram perseguições. Só durante a última guerra mundial, 6 milhões de judeus foram massacrados e centenas de milhares ficaram sem lar.
Em 1948 conseguiram criar um país independente, o Estado de Israel. A Igreja sempre teve grande preocupação pelos Lugares Santos. Os principais santuários são cuidados pelos franciscanos, com ajuda dos cristãos do mundo inteiro.
OS PAGÃOS – Alarmados, observavam os romanos a difusão rápida do cristianismo, que por suas máximas condenava a vida pecaminosa e culto dos deuses. Os imperadores tiveram medo que fosse um movimento político capaz de modificar a segurança e a ordem do império.
Para ter o povo de seu lado, os imperadores acusaram os cristãos de desobediência às leis do Estado e aos deuses de Roma. Mediante dez (10) terríveis perseguições, o governo romano tentou exterminar os cristãos. Mas debalde. Verificou-se a frase de Tertuliano: “O sangue dos mártires é sempre de cristãos”.
CATACUMBAS – Em tais circunstâncias, os cristãos refugiaram-se nas catacumbas, onde celebravam os santos mistérios e instruíam os catecúmenos.
Nesses lugares subterrâneos, sepultaram também seus irmãos, principalmente aqueles que perderam sua vida em defesa da fé. Enfim, foram o asilo habitual dos primeiros fiéis, durante os 300 anos em que quase ininterruptamente as dez perseguições dizimaram a cristandade, dando à santa Igreja milhares e milhares de mártires.
VITÓRIA DA IGREJA SOBRE SEUS INIMIGOS – Tendo-se patenteado, por experiência assaz longa, que o reino de Jesus, a Igreja, para assentar seu domínio, não necessitava de socorro humano, nem de proteção das autoridades deste mundo.
Deus convidou também os soberanos para se tornarem protetores da sua Igreja. O imperador Constantino foi o primeiro a quem Deus dirigiu tal convite. Ainda pagão, marchou à frente de seu exército contra Maxêncio, que lhe disputava a coroa imperial.
Mas o exército inimigo era muito superior ao seu. Nesta situação angustiosa, dirigiu-se a oração fervorosa ao Deus dos cristãos, pedindo seu auxílio. E eis que, à vista de todo o exército, apareceu no céu uma cruz luminosa, ao redor da qual se lia este lema: “In hoc signo vinces”: por este sinal vencerás.
Na noite seguinte, Jesus Cristo apareceu, com o mesmo sinal, a Constantino, ordenando-lhe que fizesse um estandarte segundo o modelo dessa cruz. Constantino obedeceu. O novo estandarte, que trazia estampada, além do monograma de Cristo, a imagem do imperador e de seus filhos, tinha o nome de lábaro.
Os soldados, com o lábaro à frente, atacaram corajosamente os inimigos e os derrotaram completamente. Maxêncio, vencido, quis refugiar-se em Roma; mas, ao atravessar o rio Tigre, afogou-se.
Roma então abriu suas portas ao vencedor; o novo imperador publicou em 313 o famoso edito de Milão, a favor da religião cristã. Ele mesmo recebeu o batismo, pela mão do Papa Silvestre. Muitos nobres imitaram seu exemplo e em pouco tempo o cristianismo se propagava em todo o império romano.
A.2) OS INIMIGOS INTERNOS DA IGREJA
OS HEREGES E OS APÓSTATAS – Apenas a Igreja se vira livre de seus inimigos externos, levantaram-se contra ela inimigos internos. Eram os hereges e os apóstatas.
ARIO - ousava negar a divindade de Nosso Senhor, considerando Jesus a criatura mais excelente saída das mãos de Deus. Seguindo, os exemplos dos apóstolos, que nos primeiros tempos da Igreja se reuniram em Jerusalém, sob a presidência de São Pedro (concílio dos apóstolos), assim fizeram então os bispos católicos sucessores dos apóstolos, sob a presidência do papa, sucessor de São Pedro, no concílio geral de Nicéia.
Nessa assembléia, que se realizou no ano 325, tomaram parte 318 bispos. Foi declarado solenemente como dogma da doutrina cristã que Jesus Cristo, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, é verdadeiro Deus, da mesma natureza divina que Deus Pai. Ário não quis sujeitar-se e por isso foi expulso do grêmio da Igreja (excomungado).
JULIANO, o apóstata, pretendeu restabelecer o paganismo no Oriente. Para arruinar a religião cristã, tentou desmentir Cristo, reedificando o templo de Jerusalém. Todas as vezes, porém, que os trabalhadores começavam, irrompiam da terra chamas que os obrigavam a desistir da empresa. Este milagre enfureceu tanto o imperador apóstata que jurou vingar-se de Jesus Cristo. Mortalmente ferido, porém, num combate e espumando de raiva, lançou contra o céu um punhado de sangue de sua ferida, exclamando: “Venceste, Galileu!”.
NESTÓRIO atacou Maria Santíssima, negando-lhe o título de Mãe de Deus. Foi condenado pelo concílio de Éfeso, em 431.
ÊUTIQUES negou as duas naturezas de Jesus Cristo, dando-lhe um só corpo humano aparente. O concílio de Calcedônia em 451 condenou sua heresia.
PELÁGIO não quis aceitar a doutrina da Igreja sobre o pecado original.
MACEDÔNIO negava a divindade do Espírito Santo.
A.3 - OS DEFENSORES DA VERDADEIRA FÉ
Por muito tempo esses hereges procuravam divulgar suas doutrinas falsas entre os cristãos; a Igreja, porém, tendo a promessa de Jesus Cristo de que as portas do inferno não prevalecerão contra ela, venceu, enfim, todas essas heresias, conservando e ensinando sempre a verdadeira doutrina do Filho de Deus.
Como defensores, surgiram os doutores da Igreja, que sustentaram os dogmas da fé tanto em suas práticas como em seus escritos. Entre eles se distinguiram:
Na Igreja Grega: Santo Atanásio, São Basílio, São Gregório Nazianzeno e São João Crisóstomo.
Na Igreja Latina: Santo Hilário, Santo Ambrósio, São Jerônimo, célebre pela tradução da sagrada Escritura, da língua hebraica para a latina (Vulgata), e Santo Agostinho, o maior pensador cristão.
Enquanto os doutores da Igreja brilhavam por seu gênio e sua ciência, davam os eremitas e monges exemplos de penitência e virtudes.
Obedientes às palavras do Evangelho: “Se quereis ser perfeitos, vendei tudo quanto possuís, dai o valor aos pobres e segui-me”, cristãos piedosos calcaram aos pés as riquezas e dignidades mundanas e procuraram a solidão para se santificarem com a oração e a penitência.
Uma caverna lhes servia de habitáculo; a terra nua ou coberta de alguma palha era sua cama; raízes e ervas constituíam seu alimento; e a água das fontes, sua bebida.
O indicador da vida eremita foi São Paulo, que passou seus dias no deserto da Tebaida; imitaram-no Santo Antão, São Pacômio, Santo Hilarião e muitos outros.
Essa vida eremítica transformou-se mais tarde na vida monástica.
Como primeiro patriarca das ordens religiosas no Ocidente pode ser considerado São Bento, o fundador dos beneditinos, morreu no ano 543. O berço de sua ordem foi o célebre mosteiro de Monte Cassino, no reino de Nápoles, destruído durante a última guerra mundial. Seus primeiros discípulos foram: São Plácido e Santo Amaro.
B) A IGREJA NA IDADE MÉDIA
B.1) A IGREJA E OS POVOS BÁRBAROS
EMIGRAÇÃO DOS POVOS BÁRBAROS – Novos perigos ameaçavam a Igreja pela emigração dos povos bárbaros, principalmente dos vândalos. Hordas numerosas, comandadas por chefes experimentados, como Átila, rei dos hunos, e Alarico, rei dos visigodos, invadiram o império romano, assolando-o por toda parte.
Apoderaram-se das mais belas províncias, trucidando os habitantes e armando suas tendas sobre as ruínas de cidades e palácios. Duas vezes, o Papa Leão I preservou Roma da completa destruição, dirigindo-se pessoalmente ao acampamento de Átila e conseguindo que o temido rei deixasse com suas hordas a Átila.
CONVERSÃO DOS POVOS BÁRBAROS – Quis Deus também dar entrada em sua Igreja a esses povos bárbaros.
Enviou-lhes seus mensageiros, os missionários, para os evangelizar.
SÃO PATRÍCIO levou a doutrina de Jesus Cristo para a Irlanda. O efeito de suas pregações foi tão admirável que antes de sua morte teve a consolação de ver quase toda a Irlanda adorar o verdadeiro Deus (Ilha dos santos).
SANTO AGOSTINHO, prior de um convento dos beneditinos, foi enviado por São Gregório I Magno, com 40 missionários para a Inglaterra, tornando-se apóstolo desse país.
SÃO REMÍGIO pregou o Evangelho aos francos e batizou solenemente seu rei Clóvis. Era este então o único soberano católico. O Papa Anastácio felicitou-o e concedeu-lhe o título de rei cristianíssimo e à sua nação o de filha primogênita da Igreja.
Toda Alemanha se converteu, à voz de S. Bonifácio. Em todos estes países, os filhos de São Bento fundaram mosteiros e escolas, contribuindo assim poderosamente em seus países as artes e ciências. Os imperadores dos francos e alemães consideravam o Papa, não só como chefe da Igreja, mas também como pai. De sua mão recebiam a sagração, o cetro e a coroa.
Tornaram-se defensores da Igreja e propagadores das escolas cristãs. O mais famoso foi Carlos Magno (742-814). Coroado solenemente no ano 800 pelo Papa, preocupou-se muito com a criação de escolas junto dos mosteiros e do próprio palácio real.
B.2) O PATRIMÔNIO DE SÃO PEDRO
Desde os tempos do imperador Constantino, muitas famílias ilustres da Itália legavam bens terrestres ao Papa, como sucessor de São Pedro. Os fiéis queriam desta maneira tornar o chefe da Igreja independente de qualquer poder secular.
Em meados do século VII, Pepino, rei dos francos, fez ao Papa a doação de uma grande parte da Itália Central. Seu filho, Carlos Magno, confirmou essa doação e aumentou-a mais tarde. Esse território recebeu o nome de patrimônio de São Pedro. Seu chefe e rei era o Papa.
A Possessão de um reino próprio era de grande utilidade para os Sumos Pontífices. Com suas rendas podiam prover às despesas necessárias ao governo da Igreja, como o sustento dos cardeais e legados apostólicos, a propagação da fé. Além disso, a independência do Papa, de qualquer nação, habilitava-o a ter franca comunicação com toda a cristandade.
O Povo católico, compreendendo nitidamente esta situação, sempre respeitou e defendeu o patrimônio de São Pedro. Os inimigos da Igreja, porém, muitas vezes devastaram Roma e o território do Sumo Pontífice.
Nos tempos modernos, Napoleão I, imperador da França, apoderou-se em 1809 do patrimônio de São Pedro. Mandou seqüestrar de seu palácio Pio VII e levá-lo com uma escolta a Savona, onde passou três anos sem comunicação alguma com os cardeais e a Igreja.
O congresso de Viena, em 1815, depois da derrota de Napoleão na Rússia, forçou-o a dar liberdade ao chefe da Igreja e restituir-lhe o território roubado.
Revolucionários, pagos pela maçonaria, combateram o patrimônio de São Pedro em 1848. O Papa Pio IX viu-se obrigado a fugir de Roma e passar algum tempo em Gaeta. Em 1860, os piemontenses, chefiados por Gialdini, invadiram de novo o território do Sumo Pontífice apossando-se de Ancona, das Marcas e da Úmbria.
Pio IX protestou e lançou a excomunhão contra os usurpadores dos bens eclesiásticos. No ano 1870, o rei Vítor Emanuel apoderou-se também da cidade de Roma, fixando sua residência no Quirinal, o palácio do Papa.
Desde aquela data Roma e todo o patrimônio de São Pedro ficaram sob o domínio do rei da Itália. O Papa retirou-se para o Vaticano, onde passou a vida dum verdadeiro prisioneiro.
No dia 11/02/1929, o cardeal Gasparri, secretário de estado do Vaticano, e o Sr. Benito Mussolini, chefe do Governo italiano, assinaram o acordo entre o papado e o reino. A nova concordata restabeleceu a harmonia entre o papado e a Itália, concedendo à Santa Sé, entre outras cláusulas, um território próprio para a composição do governo da Igreja.
É o pequeno Estado do Vaticano, ou Santa Sé, com apenas 0,44 Km2. O Papa vive das esmolas dos cristãos do mundo inteiro, conhecidas como Óbulo de São Pedro.

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